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Choque nos sentidos
Uma ideia. Uma imagem. A relação entre o que se quer comunicar e uma palavra que se expande, transformando-se num artefato visual. “A poesia visual pode ser uma colagem, pode ter letra e pode não ter. Não tem uma forma em si e não existe regra fechada”, diz o artista Paulo Bruscky.
Segundo a professora de Teoria da Literatura da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Fabiane Borsato, a poesia visual “levantou novos desafios à sensibilidade do leitor/espectador” e um dos motivos foi por se encontrar, em seu início, “irmanada às vanguardas e às experimentações artísticas do século 20, como o surrealismo, o dadaísmo e o cubismo”.
Além da poesia
Artistas e poetas visuais como Paulo Bruscky, Wlademir Dias-Pino, Falves Silva, Neide Sá, Pedro Xisto e Edgard Brag servem de referência para toda uma geração e têm suas obras em perspectiva na exposição História da Poesia Visual Brasileira, no Sesc Bom Retiro.
Adolfo Montejo Navas, um dos curadores da mostra, falou do conjunto de obras expostas. “É um acervo bem abrangente da história da poesia visual no Brasil, um leque que contempla diversas formas em que esse tipo de arte é representado, traz produções de artistas renomados e alternativos, de várias localizações do país e, consequentemente, de movimentos que foram referência no sentido de buscar diferentes significações ao combinar textos com imagens”.
Segundo Navas, a poesia visual tem a necessidade de transcender e ultrapassar as páginas da poesia convencional. E complementa: “É uma iluminação para qualquer momento em que estamos vivendo, uma luta contra o analfabetismo visual”.
OUSADIA EM EVIDÊNCIA
A exposição História da Poesia Visual Brasileira pode ser vista até 8 de setembro no Sesc Bom Retiro e reúne mais de 200 obras do acervo de Paulo Bruscky, num recorte sobre a poesia de vanguarda brasileira. A exposição é dedicada a duas figuras centrais do experimentalismo nas artes visuais: Vicente do Rego Monteiro, artista e poeta pernambucano, precursor da poesia visual, e Wlademir Dias-Pino, poeta e artista visual morto em 2018. Também são homenageados Falves Silva, Neide Sá, Pedro Xisto e Edgard Braga.
