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Denilson Baniwa

AWÁ UYUKÁ KISÉ, TÁ UYUKÁ KURÍ AÉ KISÉ IRÜ (QUEM COM FERRO FERE COM FERRO SERÁ FERIDO)
Denilson Baniwa1

O artista plástico Denilson Baniwa, que promove uma crítica contundente ao crescimento vertiginoso do chamado "agronegócio", ao mesmo tempo em que celebra o papel daqueles que, em seu entender, são os únicos que resistem à sua expansão: nações indígenas e atores indígenas que não estão esquecidos em um passado idílico, mas inseridos no mundo contemporâneo ativamente, incorporando linguagens e tecnologias, se valendo dessas estratégias de expressão e de luta.

A critica de arte especializada, durante muito tempo, abordou as expressões artísticas oriundas de povos indigenas usurpando suas autorias individuais, ao se referir a estas produções com base na linguagem expressiva tradicionalmente aceita: cerâmica, plumária, cestaria, trancados, grafismos e pintural corporal, vinculando-as às regiões ou povos que as produziram. Assim tínhamos: "plumária xinguana", "cerâmica Karajá", "grafismos Waiãpi" e assim por diante. O que se pretende na presente mostra é dar visibilidade ao artista indígena que, através de um trabalho autoral denso, com diversas e contrastivas relevâncias culturais, experimenta uma linguagem absolutamente contemporânea, trazendo um debate importante e oportuno sobre o lugar de nossos povos originários no exercício do diálogo intercultural.