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No rastro naïf de Toninho Guimarães

Toninho Guimarães representa o Mato Grosso na Bienal Naïfs do Brasil 2016
Toninho Guimarães representa o Mato Grosso na Bienal Naïfs do Brasil 2016

18 de agosto de 2016.

Depois de viajar três dias num ônibus vindo de Cuiabá (MT), Toninho Guimarães, artista selecionado para a Bienal Naïfs do Brasil, chegou à rodoviária de Piracicaba. Pontualíssimo, não quis acionar a produção, já que o convite anotava “abertura 19 de agosto”. Decidiu deixar sua diária no hotel esperando e dormir por ali.

Logo cedo, Vasco da Gama decidiu conferir quantas Índias o aguardavam naquela rua que lhe indicaram e que deveria culminar no seu destino, o Sesc Piracicaba.

Mas uma corda de problema atracava o desbravador ao cais. Sua mala trazia também algumas de suas obras, pesadas demais para serem carregadas no trajeto. Dedo no queixo, cabeça pensativa e o estalo: um bilhete!
Sim, para Toninho um bilhete informativo escrito a próprio punho salvaria tanto suas obras quanto suas meias.


Satisfeito pelo almoço e por ver sua obra devidamente instalada numa das paredes da exposição, Toninho partiu de táxi com outros artistas para o hotel. Praxes resolvidas, uma nuvem de preocupação voltou a chover na lavoura fértil da mente de Toninho.

- Preciso ir buscar minhas coisas na rodoviária!
- Só um segundo Toninho, o táxi já virá e buscamos suas coisas...
- A rodoviária é perto daqui ?

- Uns 3 quilômetros, mas com esse calor é melhor esperar...
- Pssh pertinho... lá em Cuiabá eu ando mais de 10km - e minha mala tem rodinhas, fica ainda mais fácil!
- Acho melhor esperar mesmo, que tal tomar um café?
- Já vou indo, se precisar de mim vou estar com essa camisa vermelha.

Quase em sincronia com o primeiro passo de Toninho, o táxi a serviço da Bienal estacionou e o solado de seus sapatos foram poupados. Ao chegar na rodoviária foi fácil identificar seus pertences. O artista foi uns 20 quilos mais modesto ao descrever o tamanho da bagagem...

O bilhete guardião estava lá e de fato cumpriu seu papel. Toninho apanhou o “borná” e voltou com o taxista ao hotel para mais tarde, na abertura da exposição, não economizar empolgação ao explicar pessoalmente sua obra, “Pescador e o Dourado”, para todos os interessados em arte e gestos naïf.