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Tempo de Brincar
No mundo contemporâneo, a escassez de tempo livre serve de justificativa para protelar, ou se privar das oportunidades de lazer, experiências essenciais ao desenvolvimento humano. Por vezes, busca-se remediar tal situação delegando a terceiros a responsabilidade de criar espaços e momentos para se dedicar ao brincar.
O tempo para brincar é fundamental por uma série de motivos, dentre os quais, desenvolver capacidades de expressão, processos criativos; organização dos sentimentos e do relacionamento com outras pessoas; pré-requisitos para o convívio social. Assim, brincar faz parte de um ideal civilizador, a partir do qual toma-se contato com valores, códigos e exemplos de conduta, particularmente quando os adultos se permitem coparticipar desse momento de aprendizado e afetividade.
Nesse sentido, mais do que espaços físicos e brinquedos, é importante estimular o convívio lúdico entre as crianças e delas com os adultos. O potencial de brincar independe dos objetos aos quais elas tem acesso, pois brincar se aprende brincando, mesmo que haja diferentes realidades sociais. Talvez o mais urgente seja recuperar nos adultos a capacidade de encantamento e surpresa que as crianças têm ao se entregarem de corpo e alma ao seu tempo de brincadeira.
A Semana Mundial do Brincar visa promover e valorizar o ato de brincar coletivamente, onde a convivência entre as gerações possa ser motivada para além da relação lúdica com o espaço, com os objetos disponíveis, e que, sobretudo, envolva as pessoas. A programação apresenta diversas linguagens: dança, teatro, música, literatura e artes plásticas, no sentido de facilitar o contato dos participantes com diferentes sons, cores, movimentos e narrativas.
Assim, esperamos que tal iniciativa inspire os adultos a fazer do tempo de brincar uma escolha em seu cotidiano, vislumbrando a construção de conhecimentos junto às crianças, respeitando a importância do brincar como um dos direitos inerentes à infância, que deve ser compartilhado em vivências familiares e em ambientes públicos.
Uma aventura sem limite de idade e com prazo indeterminado para acabar!
A Centopeia
“ Quem foi que primeiro
teve a idéia
de contar um por um
os pés da centopeia?
Se uma pata você arranca
Será que a bichinha manca?
E responda antes que eu esqueça
Se existe o bicho de cem pés
Será que existe algum de cem cabeças?
(Marina Colasanti)