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Painéis na Avenida Rubem Berta

Em meio ao trânsito da Avenida Rubem Berta, na Zona Sul de São Paulo, estão quatro obras importantes para o muralismo brasileiro. Criados pelo artista modernista Clóvis Graciano (1907-1988), os painéis em cerâmica esmaltada datam de 1969 e retratam o desenvolvimento da capital.

AS OBRAS
Os quatro painéis foram inaugurados pelo então prefeito José Vicente Faria Lima durante a comemoração do aniversário de 415 anos de São Paulo, em 25 de janeiro de 1969. Localizadas na altura do viaduto da Avenida Indianópolis, as obras medem 3,5 metros de altura por 10 metros de comprimento cada uma.

Chamadas Subida da Serra, Os Bandeirantes, Epopeia do Café e A Cidade de Hoje, tratam de quatro momentos da história de São Paulo: escravidão, o desbravamento pelos bandeirantes, a época do café e a fase já urbanizada da cidade, com prédios e avenidas. 

O ARTISTA
Clóvis Graciano foi pintor, desenhista, cenógrafo, figurinista, gravador, ilustrador e muralista. Nascido em Araras (SP), é autor de mais de cem murais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na capital paulista, a produção pode ser vista em diversos pontos da cidade, como nas fachadas do Edifício Bienal (Rua João Lourenço, 797) e do Edifício Nações Unidas (Avenida Paulista, 620).

MODERNIDADE PAULISTA
Graciano fez parte do chamado Grupo Santa Helena, com Francisco Rebolo (1902-1980), Mario Zanini (1907-1971) e Bonadei (1906-1974), entre outros artistas. Foi um dos mais importantes agrupamentos artísticos da Modernidade Paulista e articulou-se a partir de 1935 no Palacete Santa Helena, na Praça da Sé.

Graciano foi também sócio-fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1948, e diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 1971. A partir dos anos 1950, após estudar técnicas de produção de murais em Paris, passou a se dedicar principalmente à pintura mural, permanecendo fiel ao figurativismo e com o predomínio de temas sociais.

 

Fotos: Leila Fugii