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Cultura de vanguarda

Do desenho a mão à arte digital, da imagem em movimento à convergência multimídia, da transgressão de limites e formatos ao improviso ao vivo, das intervenções colaboradas aos shows de música contemporânea. Todas essas formas artísticas fazem parte do Nova Cultura Contemporânea, maior festival de cultura contemporânea da América Latina, que aconteceu simultaneamente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Barcelona até 31 de maio.

Com curadoria de David Quiles Guilló, fundador da organização independente Rojo, a quinta edição do evento foi realizada na capital paulista no Sesc e no Museu da Imagem e do Som (MIS). “A proposta do festival é reunir artistas que trabalhem a arte de forma multidimensional e colaborativa, trazendo a vanguarda da arte contemporânea de diversos países”, afirma o técnico do Sesc Pompeia Thiago Freire.

Os espetáculos envolveram experiências no espaço do uso da cor, luz, texturas, música e design de forma integrada. “É um festival que assume esse caráter híbrido da arte contemporânea e da própria contemporaneidade e promove a aproximação das fronteiras de todas as linguagens”, diz.

O evento reuniu mais de 100 artistas nacionais e internacionais trabalhando ao vivo, revezando-se em espaços culturais das quatro cidades participantes. O Nova trouxe pela primeira vez ao Brasil o rapper, DJ e cantor norte-americano Gonjasufi, o Hess is More, projeto do compositor, produtor e multi-instrumentista dinamarquês Mikkel Hess, e o artista japonês Atsuhiro Ito, que usa em suas performances musicais o dispositivo Optron, que consiste em um tubo de luz fluorescente integrado à guitarra.

Conforme a luz da lâmpada é ligada e desligada, o aparelho produz ruídos eletromagnéticos que geram uma frequência única de som. O resultado é um show de alucinação sonora e visual. O Hess is More e o Atsuhiro Ito (foto) dividiram o palco no show de encerramento do festival no Sesc Pompeia, que também teve presença dos canadenses do Noia, dos artistas italianos de música visual do Abstract Birds e do artista visual inglês Quayola.

Entre as instalações que ocuparam o Sesc Pompeia estava a do artista plástico americano Mark Jenkins, conhecido por suas obras criadas com fita adesiva, e a do alemão Clemens Behr, que mostra suas complexas formas arquitetônicas feitas com materiais reciclados, que exploram a ilusão de ótica e o sentido do observador. Já as ilustrações com inúmeros pequenos desenhos inspirados no universo dos quadrinhos, grafite e skate, trabalho da dupla de ilustradores brasileiros Mulheres Barbadas em parceria com as ilustradoras britânicas Good Wives & Warriors, foram expostas no painel do hall do teatro.


INSTALAÇÃO  LÚDICO-ESPORTIVA

Formado por uma rede de cordas, o projeto Circuito Teia Suspensa estabelece uma nova proposta de fruição do espaço no Sesc Pompeia. As teias propõem um diálogo com as passarelas de ligação entre o edifício que contém as quadras esportivas e o que abriga os elevadores, escadas, vestiários e salas, pendurando-se nelas, na forma de um túnel de redes, dentro do qual os usuários têm uma visão distinta do pátio.

Elaborada pelos arquitetos Ciça Gorski e Raul Pereira, essa intervenção, disponível até o final de junho, possui 85 metros de extensão e permanece suspensa a uma altura de 5,30 metros. O participante pode andar, pular ou até mesmo rastejar para vencer o desequilíbrio e a vertigem provocada pelas rampas, passarelas e o peneirão de cordas.

Conservação ambiental

Em 5 de junho, o governador Geraldo Alckmin formaliza o pedido de criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Sesc em Bertioga que tem o objetivo de conservar a biodersidade da região. A RPPN será a primeira área de preservação do Sesc dentro da Mata Atlântica, segundo bioma mais ameaçado do planeta. A cerimônia conta com a presença do Presidente do Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo, Abram Szajman. Saiba mais em sescsp.org.br/eonline

Eruditos e românticos

O Romantismo, movimento artístico surgido na Europa, no final do século 18 e início do século 19, caracterizava-se pela visão de mundo marcada pelo sentimentalismo, em oposição ao Racionalismo e o Iluminismo, escolas de pensamento que o antecederam. Um pouco dessa produção pôde ser conferida no Sesc Carmo, dentro do projeto Cultura do Mal do Século. A linguagem foi a música, com o recital Compositores Românticos, com Gilberto Tinetti solo ao piano, no dia 5 de maio. Na mesma data, o coral Vox Anima apresentou Réquiem em Ré Menor, trecho de missa fúnebre composta pelo austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). 

Para conhecer Tennessee Williams

Nome de destaque na cena teatral brasileira, o grupo Tapa encenou três peças curtas do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams (1911-1983), no Sesc Santo André, nos dias 21 e 22 de abril. O Quarto Escuro (1939), Verão no Lago (1939) e A Dama da Loção Antipiolho (1942). A direção das montagens é de Brian Penido Ross e Eduardo Tolentino de Araújo. O Tapa – sigla de Teatro Amador Produções Artísticas – foi fundado no Rio de Janeiro, em 1979.


“O que eu quero que aconteça? Eu quero que o cara não mude e escute até o fim e curta, porque aquilo foi feito para ele”

Eumir Deodato em entrevista à revista Rolling Stone. O músico e produtor se apresentou, nos dias 28 e 29 de abril, no Sesc Pompeia
 


“Minha fonte de drama e estética é andar na rua. Tomo metrô, vou para o centro, ando na Lapa”

Maurício Pereira ao site Gafieiras (www.gafieiras.com.br). O músico se juntou a André Abujamra para reviver o duo Mulheres Negras, em apresentação no Sesc Vila Mariana, nos dias 5 e 6 de maio

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