Sesc SP

Matérias da edição

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Painel Coreográfico

Entre os dias 2 e 8 deste mês, a Bienal Sesc de Dança, realizada em Santos, chega a sua sétima edição com a proposta de levar ao público obras representativas da dança contemporânea. Este ano, pela primeira vez, a curadoria recebeu trabalhos sem um recorte temático, contando com mais de 400 inscritos, oriundos de diversos países. 

Foram selecionados trabalhos de 33 companhias e um panorama de 21 espetáculos, oito intervenções e cinco videoinstalações, além de diversas outras atividades. Criada em 1998, para suprir a carência de eventos dedicados exclusivamente à arte coreográfica, a Bienal se consolidou como referência em sua proposta de atualização das discussões em torno da linguagem da dança.

“Ela vem crescendo a cada edição e atingindo os seus objetivos ao buscar uma reflexão conceitual aliada às tendências do que há de melhor na dança contemporânea”, afirma o gerente do Sesc Santos, Luiz Ernesto Figueiredo.

Em meio à diversificada programação, estão conceituados nomes da área como a companhia belga Les Ballets C de La B, que deve abrir a mostra e traz a brasileira Juliana Neves entre os seus dançarinos. Juliana e o bailarino Quan Bui Ngoc coordenaram uma residência, entre os dias 26 de julho e 5 de agosto, direcionada a artistas de diversas áreas interessados em conhecer a técnica do grupo belga.

Como resultado, foi criado um espetáculo que vem sendo apresentado desde o dia 9 do mês passado e deve integrar a programação da Bienal. A mineira Morena Nascimento, que fez parte da célebre Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, vai se apresentar com o pianista e compositor Benjamim Taubkin. Entre outras atrações estão a francesa Mathilde Monnier, a senegalesa Germaine Acogny e o Grupo de Rua de Niterói, dirigido por Bruno Beltrão, que irá trazer o premiado H3.

“Procuramos selecionar espetáculos com as mais diversas questões, mas que são recorrentes no âmbito da arte contemporânea, tais como a interface entre diferentes linguagens, o tema da permanência, do tempo, a relação com o outro”, explica a coreógrafa Andrea Bardawil, uma das curadoras, ao lado dos técnicos do Sesc Marcos Villas Boas e Liliane Soares de Oliveira.

Mantendo a tradição de dialogar com a cidade de Santos e seu patrimônio histórico, os espetáculos vão ocupar quatro teatros (Sesc, Teatro Guarany, Teatro Brás Cubas e Teatro Coliseu) e também diversos espaços públicos, como praças, a rodoviária e a cadeia antiga. O evento privilegia uma intensa programação complementar, com instalações, workshops, intervenções, mesas de debates e discussões entre pesquisadores e coreógrafos.

Chamados de “Encontros Provocativos”, os debates acontecem nos dias 6 e 7 de setembro e trazem nomes como o do filósofo Peter Pál Pelbart, a pesquisadora e diretora Thereza Rocha e o coreógrafo e dramaturgo Marcelo Evelin.

Para o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, “as manifestações artísticas contemporâneas necessitam de incursões e aproximações sucessivas para serem apreendidas, e a Bienal permite que essas relações se concretizem há mais de uma década”. Mais informações sobre a programação no Em Cartaz desta edição.


“É uma aposta que a gente fez exatamente para aproximar essa dimensão teórica da prática. Acho que esses encontros ajudam a criar um contexto em torno da programação artística que a reforça e traz novos desdobramentos”

Andrea Bardawil, coreógrafa, uma das curadoras da Bienal Sesc de Dança


Interface digital

O diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, participou do evento Música: A Fronteira do Futuro – Criatividade, Tecnologia e Políticas Públicas, no dia 24 de agosto, no Auditório Ibirapuera. O evento discutiu a circulação da produção cultural, que vem mudando com a ampliação do acesso às tecnologias da informação e às novas possibilidades de criação e consumo.

Na esteira destas questões, o Sesc programa disponibilizar, gradativamente, seus conteúdos sob licença Creative Commons. Entre os convidados, estiveram presentes no encontro Gilberto Gil, os pesquisadores Ronaldo Lemos, Sérgio Amadeu, Cláudio Prado e Lawrence Lessig, um dos criadores do Creative Commons.

Circuito internacional

No dia 25 de agosto, o Sesc Pompeia recebeu o lançamento do projeto de exposição na Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi, no bairro do Morumbi, em São Paulo. Com curadoria de Hans Ulrich Obrist, a exposição está prevista para setembro de 2012. Além de Obrist, participaram do evento o arquiteto Rem Koolhaas, a designer Petra Blaisse, a produtora Isabela Mora e o diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda. No evento, foram anunciados nomes de artistas e arquitetos que conceberão obras especiais para a mostra.

Homenagem

O Festival Internacional de curtas-metragens de São Paulo, organizado pela Associação Cultural Kinoforum, está em sua 22ª edição e traz o tema “Feminino Plural” – uma homenagem ao filme homônimo de Vera de Figueiredo, que comemora 35 anos desde seu lançamento. O Kinoforum ainda traz produções que revelam o protagonismo assumido pelas mulheres nas mais diversas áreas, especialmente no mundo ocidental. O festival ocorre até 2/9 e estará em cartaz no CineSesc, CCSP, CineOlido entre outros.

Invenção das crenças

Em decorrência do ciclo de palestras Mutações – Elogio à Preguiça, coordenado pelo pesquisador e jornalista Adauto Novaes, as Edições Sesc SP lançaram, em agosto, o livro Mutações – A Invenção das Crenças, um compêndio multidisciplinar que reúne todas as apresentações da série, ocorrida em 2010. A obra pode ser adquirida nas principais livrarias e lojas Sesc.

Leitura para todos

O BiblioSesc, programa de incentivo à leitura que oferece empréstimo e consulta gratuitos de livros, jornais e revistas, estará em mais duas unidades: Osasco e São Caetano. O projeto criado há cinco anos pelo Departamento Nacional do Sesc circula desde 2009 por São Paulo, oferecendo leitura de qualidade por meio de caminhões com mais de 3 mil títulos. As regiões de Itaquera e Interlagos foram as primeiras beneficiadas.

“A música e o desenho sempre foram as coisas que eu mais gostei de fazer, mas que eu nunca pensei em ganhar dinheiro. Aí elas começaram a entrar no meu horário comercial, então resolvi dar uma chance”
Tulipa Ruiz, que fez show no Sesc Santo André,
no dia 23 de julho, à Revista TPM

“A indústria fonográfica talvez seja uma das únicas do mundo que seja autodestrutiva. Ela se autodestruiu, por besteiras dela mesma, talvez por ter feito algumas opções erradas, não ter se precavido com o advento do mp3, que já está rolando há muitos anos.”
Carlos Careqa, o músico e compositor ao programa Metropolis, da TV Cultura. Careqa fez show acompanhado da atriz Letícia Sabatela, no dia 30 de julho, no Sesc Osasco