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Neste mês de janeiro, o último do segundo milênio e o 446º da fundação da cidade de São Paulo, E traz como reportagem de capa a possível existência de uma identidade do paulistano. Mas o que nela transparece é justamente fruto dos últimos cem anos de sua história. Pois é nesse período que a acanhada e provinciana capital do século 19 modernizou-se, impulsionada pelas numerosas correntes migratórias, tanto as de origens culturais mais próximas, como as dos povos eurolatinos, quanto as das mais distantes – árabes, judaicas, eslavas e orientais. Daí o apregoado "cadinho" da diversidade étnica e da miscigenação, do multiculturalismo e da convivência de valores.

Fenômeno, aliás, que nos diferencia, e com vantagens, de outras metrópoles mundiais, como Nova Iorque, por exemplo, cuja variedade étnica tende a se repartir e a ser conservada em núcleos sociais distintos, ou seja, em bairros e regiões localizadas. E embora limitado pelas evidentes disparidades de renda, o nosso sincretismo étnico e cultural não nos leva a um comportamento de indiferença perante os destinos da cidade. Os exemplos de participações sociais, políticas e culturais, que se reafirmam seguidamente no cotidiano, estimulam as nossas esperanças na melhora gradativa da convivência e do bem-estar de seus habitantes. Esta vontade explícita e o sentimento de construirmos uma cidadania diferenciada estão igualmente presentes nos esforços que o empresariado do comércio realiza por intermédio do Sesc, em seus programas de cultura, de saúde, de atividades esportivas e de lazer. Empenho que busca reconquistar a consciência e a auto-estima de uma casa comum e, por isso mesmo, de um destino compartilhado.

Por essa razão, fazemos, de modo ao mesmo tempo informativo e ilustrativo de nosso trabalho, um balanço anual dos cursos permanentes da entidade, isto é, daqueles regularmente oferecidos à clientela do Sesc e, extensivamente, à população paulistana.

A edição do mês contempla ainda vários assuntos de interesse nacional. Um deles, o da seção Em Pauta, propõe reflexões sobre os 500 anos de nossa história, tema que terá continuidade ao longo do ano. Nesta primeira abordagem, intelectuais de áreas diversas resumem suas opiniões sobre os problemas mais permanentes ou de capital importância para que alcancemos aqueles níveis estáveis ou mais recomendáveis de desenvolvimento socioeconômico. Outro, objeto de ampla matéria, diz respeito ao Dia Mundial de Luta contra a Aids, instituído pela OMS e ao qual o Sesc tem prestado particular atenção, em parceria com organizações governamentais e da sociedade civil.

 

Abram Szjaman
Presidente Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo