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Saúde, a preocupação de sempre

Pesquisas de opinião feitas em anos de eleição, como este em que o Brasil escolherá deputados, senadores, governadores e um novo presidente da República, mostram invariavelmente a saúde como uma das principais preocupações da população. Apesar dos avanços registrados na área da prevenção – a vacinação em massa contra gripe, por exemplo –, o cidadão não se sente seguro e quer essa questão em lugar de destaque na pauta de seus representantes.

Desta vez, a reivindicação tem um motivo concreto. Desde o último verão, aproximadamente 5 milhões de brasileiros foram infectados pelo vírus da dengue. Na reportagem de capa podemos ver que, embora a responsabilidade por essa situação caiba não somente às autoridades, é razoável cobrar delas ações mais efetivas e maiores investimentos no enfrentamento do problema. É imprescindível, por outro lado, que as pessoas de modo geral deem sua contribuição, uma vez que bastam pequenas atenções para evitar que o mosquito transmissor se reproduza e continue a disseminar a doença.

Esta edição traz outras três matérias relacionadas à saúde. Uma delas fala de queimaduras – lesões que podem ter consequências muito graves e são a segunda maior causa de internação por acidente de crianças de 0 a 4 anos. Infelizmente, não é possível dizer que o Brasil está bem preparado para enfrentar a situação. São poucos os hospitais especializados e muitos dos tratamentos, fundamentais para uma boa recuperação, são excessivamente caros e estão, portanto, fora do alcance da grande maioria.

A condição de paciente, quando ele não recebe um atendimento no mínimo aceitável, também mereceu nosso enfoque. O número de processos por erro médico que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça cresceu 200% entre 2002 e 2008. As causas de ocorrências dessa natureza – que podem provocar danos irreparáveis – têm origens variadas, como o leitor poderá ver neste número, que traz ainda um tema bastante discutido na atualidade, o bullying. Enfermidade social que afeta o ser humano a ponto de levá-lo à morte, esse tipo de comportamento, que por vezes se manifesta de forma velada, geralmente conta com a cumplicidade de muitos, que percebem o que se passa mas fingem ignorar.

Para trazer um pouco de leveza a estas páginas, a arte está presente com o registro de dois talentos. Noel Rosa, o poeta de Vila Isabel, que deixou para a música popular brasileira uma obra que até hoje serve de referência, e Angelo Agostini, também chamado de poeta do lápis, um italiano que chegou adolescente ao Brasil e aqui ficou para brindar seus leitores com um traço de mestre e também para dar valiosa contribuição no processo abolicionista.

Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac