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Na boca do povo

Um levantamento de 2003, efetuado pelo próprio governo na área de saúde bucal, apresentou resultados estarrecedores. Cerca de 30 milhões de brasileiros não têm capacidade de mastigar adequadamente os alimentos nem de sorrir com naturalidade, devido à falta de dentes. É um paradoxo que tal situação se verifique num país que é a décima economia mundial e onde a proporção de dentistas em relação à população é superior à verificada em muitas nações desenvolvidas. A excessiva concentração desses profissionais em algumas regiões do território nacional, em especial no sudeste, explica essa aparente contradição – um quadro que exige a adoção de medidas que revertam tal condição. Enquanto isso, entidades da sociedade civil, entre as quais o Sesc, realizam um trabalho de difusão do atendimento, propiciando tratamento odontológico e divulgação de informações de caráter preventivo. Essa importante questão, na verdade mais uma de nossas mazelas, é tema da reportagem de capa desta edição.

Em outra matéria, mostramos que, a cada dia que passa, o mercado de trabalho fica mais exigente, em boa parte devido ao surgimento de novas tecnologias, que vêm tornando desnecessárias atividades que ainda respondem pelo ganha-pão de um grande contingente de pessoas. Essa realidade nos remete a um assunto que tem sido presença constante nestas páginas: a necessidade de atenção e de investimentos voltados para a educação, como a única maneira de preparar a mão-de-obra de que o Brasil precisa para se desenvolver. Como a velocidade de transformação é cada vez maior, essa preocupação tem evidentemente de ser uma prioridade para o país.

Este número procura, ainda, resgatar para as novas gerações a memória de três importantes autores da literatura brasileira, cujas trajetórias apresentam traços comuns. Escritores de grande talento, Antonio Carlos Villaça, Maura Lopes Cançado e Walter Campos de Carvalho tiveram de enfrentar muitas dificuldades durante a vida e amargaram a incompreensão de seus contemporâneos, o que talvez explique o fato de terem produzido pouco.

Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac