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JORGE LEÃO TEIXEIRA


Ilustração: Leandro Shesko

Devagar, como sempre... – O corregedor nacional de Justiça, ministro Antônio Pádua Ribeiro, abriu sindicância para apurar por que uma carta precatória expedida pela juíza Maria Edna Martins, da 6ª Vara de Família de Fortaleza, cujo objetivo era ouvir um desembargador do Piauí, levou mais de dez anos para ser cumprida. O documento era fundamental num processo de investigação de paternidade decorrente de ação original de pensão alimentícia, que tem prioridade de tramitação legalmente garantida. Graças à intervenção do corregedor, o destinatário finalmente foi ouvido, sem prejuízo para a investigação sobre as razões do ritmo vagaroso da tramitação. Suspeita-se que os papéis tenham seguido em lombo de jegue para o Piauí, com baldeação para casco de jabuti...

Vestibulices – A safra de vestibulares de 2007 manteve o mesmo teor de disparates dos anos anteriores, segundo os colecionadores de "pérolas" que freqüentam a internet.
Eis uma pequena amostra de tolices vestibulandas: "A arquitetura gótica se notabilizou por fazer edifícios verticais"; "As plantas se distinguem dos animais por só respirarem à noite"; "Quando um animal irracional não tem água para beber, só consegue sobreviver se for empalhado"; "As igrejas, ultimamente, vêm perdendo mais público do que o rock pauleira"; "As sociedades são anônimas porque os seus sócios não precisam mostrar carteirinha para freqüentá-las". Mas a palma pertence ao moço que apontou como o principal motivo da vinda de dom João VI ao Brasil a necessidade urgente de tomar banho de mar nas "águas medicinais da ilha de Paquetá, na baía de Guanabara"...

Haja valentia – A Sociedade Protetora de Animais do Rio de Janeiro foi vítima de um seqüestro sui generis em meados de março: uma noite de domingo teve a sede invadida e sete pit bulls foram seqüestrados. A façanha causou perplexidade, porque entre os raptados estava uma fera de 45 quilos, de maus bofes, capaz de dar calafrios a qualquer super-herói dos quadrinhos.

Up to date – Os reflexos da moda no linguajar cotidiano já se fazem sentir, como no caso de uma cidadã, surpreendida na porta de um banco carioca em bate-papo com duas amigas. Com ares de pitonisa, ela dizia que o rendimento da poupança ficaria cada vez mais anoréxico, à medida que os juros continuassem a cair.
Em São Paulo, aliás, discussões de alto bordo sobre o crescimento econômico também já incorporam referências ao PIB anoréxico do país.

Negócio da China – "Aprendiz 4 – O Sócio", novo programa do publicitário Roberto Justus na Rede Record, atraiu uma leva de candidatos tentados pelo prêmio prometido ao vencedor das 15 provas: 49% das ações de uma sociedade com Justus, com R$ 1 milhão de capital, para explorar sua idéia. Dono de sete empresas de comunicação e publicidade, Justus diz que a sugestão mais engraçada foi a da pessoa que propunha a abertura de um novo cemitério em São Paulo, negócio de "clientela permanente e que não sofre a concorrência de exportadores ou empresas estatais"...

Fim de jornada? – O legendário Capitão América, criado em 1941, foi fuzilado por um franco-atirador em Nova York, como divulgou em março a revista "Captain America", um fim de carreira que vinha sendo mantido em segredo pelos editores. A tiragem da publicação caíra como balão apagado e a empresa resolveu matar o herói, passando a publicar aventuras antigas, na esperança de sensibilizar o fã-clube da velha guarda e recuperar um pouco do terreno perdido. É curioso lembrar que a morte do Super-Homem, em 1993, causou tal comoção que redundou na ressurreição do grande rival do Capitão, a ponto de ele continuar pintando e bordando em quadrinhos, cinema e televisão até os dias de hoje.

Ver para crer – O Memorial do Carmo, moderno cemitério e crematório do Rio de Janeiro, distribui às pessoas que acompanham sepultamentos um folheto – com direito a ligar pelo 0800 para informações e vendas – que destaca entre as vantagens proporcionadas pelo local o fato de ser o "único com qualidade de vida".
O xis do problema é que o usuário não tem como reclamar ao Procon...

 

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