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Almanaque paulistano

 

“O cotidiano de São Paulo e o meu são um novelo só, não há como separar os fios. A cidade me surpreende desde bem cedo: sempre fico admirado, ao acordar, às 4 da manhã, e ver os jornais já no portão. O que me deixa mais triste em São Paulo são as crianças pedindo esmola no sinal de trânsito e o que me deixa mais feliz são os dias frios. Lembro-me de minha primeira temporada paulistana, quando Roberto Sant’Anna saía de noite, com Caetano e Gil, e no outro dia de manhã dizia, todo orgulhoso: ‘Esta noite fez 7 graus’. Eu olhava pra ele atônito, como se visse um egresso das catacumbas romanas. De lá para cá, a cidade mudou; perdeu grama e ganhou prédio, mas continua sendo um mundo rico de idéias, onde podemos ver as criações de Zé Celso, Juca de Oliveira ou Peter Brook. Tem ainda o Masp, a Pinacoteca do Estado, a Bienal e as livrarias. São Paulo continua também sendo cidade sem cara. É a cara dos portugueses das panificadoras, dos japoneses da Liberdade, dos coreanos do Bom Retiro, dos freqüentadores das mesquitas, dos nordestinos da construção civil. Mas o paulistano mais típico de todos é o portão de ferro dos prédios.”

Tom Zé, músico, autor de Augusta, Angélica e Consolação (1973)

 

 

 

 

 

 

 

Vistas Contemporâneas - Parque Estadual da Cantareira

 

O Parque Estadual da Cantareira,   um dos poucos trechos de Mata Atlântica que ainda resiste à devastação, é uma das maiores florestas urbanas do mundo. No  perímetro de 90 quilômetros, oferece ao visitante ampla infra-estrutura, com sanitários, áreas de piquenique, trilhas e até museu – com rochas, maquetes, armadilhas e animais empalhados. Entre os principais atrativos está a Pedra Grande, com 9,5 quilômetros de extensão, de onde é possível ter uma vista panorâmica de toda a cidade de São Paulo. Durante o trajeto, o visitante passa pelo Lago das Carpas e pode apreciar  a flora local, formada por perobas e figueiras, entre outras árvores. Se tiver sorte, pode deparar no meio do caminho com bugios, tipo de macaco comum na região. O local abre à visitação somente aos finais de semana e o ingresso custa R$ 2 por pessoa. O endereço é Rua do Horto, 1799, e o telefone é (11) 6231-8555 ou (11) 6232-5049.