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Expressão da sensibilidade de seus criadores, a arte naïf aborda temas e questões atuais de diferentes regiões e contextos


Originado de um conceito do século 19, de lá pra cá, o termo naïf mudou seu significado estrito, que era o de realizações conectadas ao espontâneo, ao instintivo, sem o uso de técnicas formais nem acesso a escolas da chamada arte erudita. Temas urbanos e do mundo rural; questões de gênero, raça e outras temáticas identitarias relacionadas à outras minorias; temas da política local e nacional; meio ambiente e sustentabilidade; reliogidades, etc, quase nada escapa do olhar atento e sensível destes artistas, que produzem seus trabalhos com uma diversidade de técnicas e materiais semelhante ao presente na produção artística legitimada pelo circuito hegemônico da arte contemporânea.

Agosto 2018 (Matéria Gráfica_Revista E)

Um dos curadores da Bienal Naïfs do Brasil, Ricardo Resende, instigado a refletir se e como a internet afetou a produção destes artistas, conta “Apesar da maioria se prender aos temas da tradição cultural religiosa, muitos deles abordam temas contemporâneos, como o da violência, da política, da ética e da sociedade”, agregando, também, a interface com as mídias sociais, que cumpre o papel de atualizar os assuntos abordados, explica Resende. “Todos, poderia dizer então, estariam conectados pelos seus celulares às mídias sociais. Aí, sim, e nesse sentido, poderíamos dizer que as novas mídias de comunicação afetam, deixando todo mundo atualizado com os temas que nos conduzem ao contemporâneo.”

Realizada pelo Sesc São Paulo desde 1992, a Bienal Naïfs do Brasil volta a colorir Piracicaba em sua 14ª edição. Com mais de duas décadas de existência, a tradicional mostra apresenta um recorte da produção da arte naïf ou naïve, com obras concebidas, em sua maioria, de forma autodidata. Para esta edição, foram recebidas 1.164 inscrições, analisadas pelos curadores Ricardo Resende, Armando de Queiroz e Juliana Okuda Campaneli, além do júri de premiação formado por Moacir dos Anjos Jr. e Fabiana Delboni. Como resultado, é possível contemplar um panorama multifacetado, com 155 obras de 85 artistas, representando a produção de 22 estados brasileiros. São pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, bordados, vídeo-animação, entre outras expressões artísticas.

 

 

Vale a pena conferir


14ª Bienal Naïfs do Brasil
Panorama da arte naïf brasileira, com 155 obras de 85 artistas, representando a produção de 22 estados brasileiros.
ONDE: Sesc Piracicaba
QUANDO: De 17 de agosto a 25 de novembro

 

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