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Ilustração: Leandro Shesko
Ilustração: Leandro Shesko

Por: JORGE LEÃO TEIXEIRA

Gringo felizardo

O homem mais sortudo do mundo mora na Califórnia (EUA). Rodney Meadows, um sujeito simples, em dezembro passado ganhou duas vezes na loteria num curto espaço de cinco minutos. Como pode? Nem ele sabe. Apenas relata que comprou uma raspadinha e faturou US$ 1 mil. E que, em seguida, gastou US$ 30 em outra raspadinha que lhe valeu uma bolada de US$ 10 milhões.
Incrédulo, o iluminado Meadows pediu ao proprietário da casa lotérica que checasse os números para ver se eram de fato os premiados. O grande risco, já que há muitos exemplos na história, é o ganhador passar a investir somas exageradas na aquisição de raspadinhas na esperança de repetir a façanha.

Aluno solitário

Salas de aulas abarrotadas são até certo ponto comuns em algumas regiões, onde o poder público não consegue dar conta da demanda por novas escolas. O ideal para o ensino fundamental, dizem os entendidos, são 20 crianças por sala, a despeito de notícias que informam sobre casos de até 45 alunos, uma marca que não colabora com a aprendizagem e apenas desestimula o professor.
Essa não é a situação de uma escola de Out Skerries, pequena ilha na Escócia habitada por 70 pessoas, que tem apenas um aluno de 10 anos de idade, chamado Aron, em seu ensino fundamental. É certo que a ilha abriga outras crianças em idade escolar; todavia, mais velhas e frequentando o curso secundário, estudam em colégios fora de Out Skerries. A vantagem para Aron, neste caso, é que a professora pode dedicar-se totalmente a ele. A desvantagem é que, por falta de clientela, a escola teve de elevar às alturas a anuidade do pequeno solitário.

Vassourada neles

Há alguns anos, no interior de São Paulo, o dono de um pequeno supermercado, surpreendido pelo ataque de um ladrão armado com revólver quando atendia a freguesia no caixa, tomou uma atitude não recomendada pela polícia. Assim que o amigo do alheio meteu a mão no dinheiro e alcançou a rua em desembalada correria, o comerciante saiu em seu encalço com um cabo de vassoura. Desferiu alguns golpes e recebeu em troca dois tiros que o atingiram sem gravidade.
Fato semelhante repetiu-se meses atrás em Ceilândia, no Distrito Federal. Um cidadão armou-se de uma vassoura para afugentar um larápio que furtava uma oficina mecânica contígua à sua casa. Acuado pelas vassouradas, o ladrão procurou se defender usando uma chave de roda, mas em vão. A sorte do auxiliar administrativo é que, ao contrário do marginal que atacou o supermercadista, este não estava armado. O defensor da oficina não sabia disso.

Montanha de lixo

Em Araçatuba, centro urbano de 192 mil habitantes a 530 quilômetros da capital, 30 agentes do Centro de Controle de Zoonoses tiveram muito trabalho para limpar propriedade na Avenida dos Estados, no Jardim Sumaré. O que havia ali? Denúncias que deram origem àquela operação falavam em lixo, muito lixo, mas ninguém podia em sã consciência imaginar que o entulho depositado anos seguidos no lugar pudesse alcançar a estratosférica marca de 120 toneladas. Isto sem falar dos criadouros de dengue e de larvas do mosquito, e de mais de cem escorpiões-amarelos, reconhecidamente a espécie mais perigosa, cujo veneno neurotóxico age no sistema nervoso periférico das pessoas picadas.
Foram precisos 60 caminhões para transportar toda aquela sujeira até o aterro sanitário da cidade. Aos donos da residência visitada pelos agentes foi lavrada uma multa de R$ 600 pela irregularidade, tudo em conformidade com uma lei municipal que cobra um valor pecuniário dos moradores que não cooperam com o combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, da febre amarela e do zika vírus.

Sinais dos tempos?

No ano passado, criminosos entraram sorrateiramente numa fazenda no município paulista de Promissão, a 460 quilômetros da capital, e de lá levaram galões de produtos químicos e R$ 140. Antes, amarraram os donos da propriedade – um casal e a filha – e os deixaram confinados no banheiro, fugindo com o carro da família. A polícia foi avisada e deu início à perseguição.
Encontraram o carro incendiado num canavial, sem sinal dos ladrões. Apenas um fato curioso: do lado de fora do veículo, junto a alguns papéis queimados, encontraram uma Bíblia intacta. Como sempre ocorre nessas situações, sobraram explicações, suposições e profecias.