Postado em
Editorial
Muitas são as causas da violência que assola a cidade de São Paulo. Dentre elas, a degradação das áreas urbanas, o desemprego, a miséria, a educação insuficiente, o preconceito, a falta de perspectivas para o futuro, o apagamento do senso de responsabilidade e a trágica corrosão do sentimento de solidariedade. No contraste desse tenebroso pano de fundo, ressalta-se a indiferença. É, portanto, contra a indiferença que se devem erguer vozes e, principalmente, atitudes. Temos que afastar de pronto as lamentações estéreis, ineficazes para alterar tal quadro, e propor idéias, dar corpo a ações.
Infelizmente, não existe uma receita pronta contra a violência. Ela surge com várias faces. Ataca em diversas frentes. O que se impõe é a premência de garantir respeito e cidadania a todos. Permitir ao jovem, principalmente àquele desfavorecido pelas condições socioeconômicas, uma alternativa viável de futuro. É preciso mostrar que a ele cabe um lugar decente e justo na vida.
E para garantir esse binômio, de respeito e de cidadania, prover lazer e cultura para toda a população é dever de todos. Note-se bem que lazer e cultura não são a panacéia. Há muito o que somar. No entanto, ensinar que existe consideração por trás da cortina de desmazelo pode ser uma saída viável no combate à violência. Antes, porém, é preciso limpar a penúria que denigre o espaço público e investir, como vem fazendo o Sesc de São Paulo, nas regiões mais desfavorecidas. Arregaçar as mangas é papel de todos, ricos e pobres, pois, retórica e boas intenções não são suficientes.
Abram
Szajman
Presidente do Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo