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Ilustração: Leandro Szyszko

JORGE LEÃO TEIXEIRA

Cachorrices – Nomeada pelo prefeito César Maia para a recém-criada Secretaria Municipal Extraordinária de Defesa dos Animais, Maria Lúcia Frota designou Doca, pastor alemão, oficial de gabinete, sujeito a jornada de seis horas. Como não admite que Doca – nove meses, 25 quilos – faça hora extra, ele ganhou um regra-três que cumprirá o restante do expediente diário. Doca, além de trabalhar no gabinete da secretária, viaja também de carro oficial, a pretexto de garantir sua segurança nas diligências que investigam os maus-tratos infligidos em animais.
A nomeação levou um gaiato a sugerir que se instalasse um miniposte no banheiro da secretária.

Signo da vaca – O jogador Edmundo foi recebido entusiasticamente na Itália, sendo apresentado aos torcedores do Napoli no estádio San Paolo, exibindo a camisa que usaria com seu nome e o número 97, que no jogo do bicho corresponde ao grupo da vaca. Espera-se que o "Animal" tome juízo e não se comporte em campo como a vaca louca, de triste fama na Europa.

Tiro no pé – O canal Sony, da TVA/Net, apesar de um verão de fritar ovos no asfalto, desde dezembro bombardeia os telespectadores brasileiros com um apelo surrealista, repetindo na programação este lembrete: "Está chovendo, faz frio lá fora, não dá pra fazer piquenique. O melhor é ver a Sony". Alguma alma caridosa precisa explicar à Sony como funciona esse negócio de quatro estações, num mundo com dois hemisférios.

Terror tupiniquim – O famoso Sundance Film Festival, encontro cult do cinema internacional, na sua versão 2001 realizada nos Estados Unidos, prestou uma homenagem a José Mojica Marins. Nosso popular Zé do Caixão foi atração dos Filmes da Meia-Noite daquele festival. A mostra foi encerrada com a exibição do clássico À Meia-Noite Levarei Sua Alma, filme no qual o rei do terror de Vila Mariana criou o personagem Zé do Caixão. Também foi exibido um documentário em vídeo – que fez o maior sucesso – sobre O Estranho Mundo de José Mojica Marins, explicando, em detalhes, como aterrorizar as platéias à base de tripas de plástico e sangue de tinta Suvinil.

Draculices – Dois integrantes da quadrilha que roubou um carro em Porto Velho (Rondônia) descobriram na mala do veículo alguns frascos de sangue e, sem perder tempo, beberam o conteúdo. Horas depois, presos, os candidatos a conde Drácula souberam que o carro pertencia a Altyne Gomes, funcionária de um laboratório de análises clínicas que recebera amostras de sangue, possivelmente contaminado pelo vírus HIV, que seriam submetidas a novos exames.
Uma estréia desastrada, com o pé esquerdo, no vampirismo.

Tudo pelos ETs – A prefeitura de Varginha (MG) promoveu um concurso para escolher o logotipo que homenageará seus mais ilustres visitantes, os extraterrestres que, desde o dia 20 de janeiro de 1966, quando dois deles desembarcaram na cidade fazendo manchetes no país e no exterior, não param de rondar os céus da região. A ponto de o município usar os ETs na propaganda de vários produtos locais, como sucede com seus elogiados sorvetes. A Associação Comercial de Varginha também já registrou a marca ET para fins promocionais.

Rei versus astrólogo – Os astrólogos continuam dando cartas no mundo inteiro, alguns deles mais sinistros em seus vaticínios do que o próprio Nostradamus. A propósito de astrólogos, nunca é demais lembrar um episódio que envolveu Luís XI, rei da França, e seu astrólogo, Galeotti, antes da batalha de Péronne. O monarca consultou o astrólogo sobre o resultado do combate, recebendo a garantia de que tudo correria bem. Luís XI, após sofrer uma acachapante derrota, convocou o carrasco real para dar cabo do astrólogo. Quando Galeotti foi levado à presença do rei, este perguntou irônico se ele seria capaz de prever o dia da própria morte. Com as barbas de molho, o astrólogo respondeu que sua ciência não chegava a tal exatidão, acrescentando: "Tudo o que posso dizer é que morrerei três dias antes de Vossa Majestade".
Pelo sim, pelo não, contam as crônicas que Luís XI dispensou o carrasco e poupou Galeotti, exigindo apenas que não mais fizesse previsões de ordem militar…

Coisas de Papai Noel – Caixa eletrônico instalado num supermercado de Antibes, na Côte d’Azur, Riviera, apareceu com um estranho defeito às vésperas do Natal: entregava o dobro da quantia pedida no saque, mas registrava apenas o valor digitado pelo cliente. A fila que passou a se formar diante do caixa caridoso ficou enorme, até que o erro fosse denunciado e a máquina infiel desligada. Ouvidos pela reportagem do jornal "Le Figaro", muitos dos felizardos confessaram que o presente só poderia ser obra de Papai Noel.

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