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Teatro intergerações: Processo e resultado de um espetáculo jovem e idoso
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NEYDE VENEZIANO (1)
RESUMO:
Em 2002, o SESC/Santos, sempre empenhado com o bem-estar do idoso, me convidou para realizar um trabalho teatral com o grupo de terceira idade. A princípio me assustei, pois não tinhas experiência nessa área. Como diretora de espetáculos, havia feito um longo caminho desde o teatro amador até o profissional. Como professora universitária da Unicamp, especializei-me em teatro brasileiro e direção, publiquei artigos e livros, dava palestras, orientava pesquisadores em seus mestrados e doutorados.
Estava, portanto, muito acostumada a lidar com jovens e desenvolvi técnicas para isso, que sempre funcionavam bem. Mas eu nunca havia trabalhado com idosos. Estava chegando da Itália, após ter feito o pós-doutoramento com Dario Fo, o autor, diretor e dramaturgo prêmio Nobel de Literatura, quando fui chamada pelo SESC.
A primeira grande dificuldade foi a de buscar mecanismos e instrumentos para motivar e atingir aquele grupo diferenciado. Diferenciado? Começava aí o meu longo aprendizado, pois não se tratavam de pessoas diferentes e meu primeiro impulso foi, no mínimo, preconceituoso. Apenas não eram atores profissionais. Não foi difícil conseguir o entrosamento do grupo.
Alguns vinham de montagens anteriores. Outros, nunca tinham pisado num palco, nem ouvido palestras e nem sequer imaginavam que, para fazer teatro era necessário ter muito mais do que “jeito”, muito mais do que “talento”. Era necessário, acima de tudo, ter muito trabalho.
Palavras-chave: teatro; intergeração; cidadania
(1) Doutora e livre docente em teatro pela ECA/USP, professora no Instituto de Artes da UNICAMP, autora dos livros “Teatro de revista no Brasil: dramaturgia e convenções” e “A cena de Dario Fo: o exercício da imaginação.