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JORGE LEÃO TEIXEIRA
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Contraprova – O subúrbio carioca de Olaria foi alvo de uma série de assaltos a residências, marcados por um detalhe curioso: os ladrões faziam questão de também roubar cuecas. A polícia acabou prendendo um desses meliantes, surdo-mudo, que por gestos jurava inocência e sugeria que a culpa era de outros. Seus esforços foram água abaixo quando teve a mochila revistada, pois lá estavam, ao lado de dinheiro e cartões de crédito, uma dúzia de cuecas.
A vez dos museus – Como tamanho não é documento, o pequenino CiceRobot (1,5 metro), rechonchudo e vermelho, ganhou o lugar de guia do Museu Arqueológico de Agrigento, na Itália. Criado pelo professor Haris Dindo, da Universidade de Palermo, ele responde perguntas, fala italiano e inglês, e ainda planeja visitas personalizadas ao museu. Os seus sensores, além de garantir movimentos seguros, funcionam como um alerta sobre visitantes mal-intencionados. E o que é mais importante: o CiceRobot jamais pede gorjetas aos turistas...
Vida mansa – O município de Serra, no Espírito Santo, possui uma Câmara de Vereadores com 17 edis. O presidente da casa resolveu presentear-se e também aos 16 colegas com modernas e confortáveis poltronas de couro, reclináveis, dotadas de comandos automáticos e mecanismo especial para massagens nas costas e na nuca dos ocupantes.
Óbvios ululantes – A colunista Antonia Leite Barbosa, da revista "Domingo", que circula com o "Jornal do Brasil", abriu fogo contra o abuso, na fala e na escrita, de tautologias (expressões de uma idéia com palavras diferentes, mas que possuem o mesmo sentido). Coisas como "certeza absoluta", "todos foram unânimes", "abertura inaugural", "subir para cima", "duas metades iguais", "gritar bem alto" e outros óbvios ululantes dignos do humor ferino de Nelson Rodrigues. A geração sub-18 foi mais longe e está adotando o incrível "esqueci de me lembrar" em suas desculpas esfarrapadas de emergência...
Quem é quem – O professor de uma faculdade da zona norte do Rio de Janeiro perguntou a seus alunos se sabiam quem fora Guimarães Rosa. Duas moças já tinham lido alguma obra do escritor, mas o restante da classe nada sabia a seu respeito. Um palpiteiro, inclusive, sugeriu que o famoso autor poderia ser "filho ou neto de Noel Rosa", o mítico compositor de Vila Isabel.
Modismo – Aconteceu numa pizzaria paulistana, na qual jantava um casal de Brasília. Como a moça, após se fartar com uma suculenta pizza, deixara alguns pedaços no prato, indagou o garçom ao marido: "Posso deletar o prato da madame?"
Peixe indigesto – Um indignado cidadão entrou na Delegacia de Proteção ao Consumidor do bairro carioca da Gávea, para dar queixa contra um feirante que lhe vendera um peixe em mau estado. Enquanto o homem desfiava sua catilinária, o delegado, num procedimento de rotina, mandou consultar pelo computador seus antecedentes, verificando que fora condenado a dez anos de prisão por tráfico de drogas e que havia um mandado para detê-lo.
Após comunicar ao denunciante que convocaria o feirante para indiciá-lo, o delegado anunciou ao exaltado queixoso que seria recolhido imediatamente ao xadrez para começar a quitar sua dívida com a Justiça.
Tiro e queda – Leitor que passou férias em Alagoas conta que topou numa rua de Maceió com um caminhão de bebidas cujo pára-choque trazia a seguinte advertência: "Catuaba é a melhor vacina contra a gripe aviária".
Humor jurídico – A emissora CBN promoveu em Brasília um debate público sobre a multiplicação de emendas constitucionais no Congresso, no qual tomaram parte juristas, advogados, políticos, jornalistas e representantes de outros segmentos da sociedade, interessados em discutir a vida – não raro tumultuada e breve – de nossos textos constitucionais. Um dos palestrantes, o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, a certa altura dos trabalhos pediu licença para injetar um toque de humor no debate. Contou que um estudante de direito, após esquadrinhar sem sucesso as prateleiras de uma livraria, indagou ao gerente onde estavam os exemplares da Constituição do Brasil. Ele pediu desculpas e explicou que, infelizmente, a casa não trabalhava com periódicos...
Surfódromo – A Câmara Municipal carioca aprovou um projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, que pretende alterar o fundo do mar na praia da Macumba, com o objetivo de elevar as ondas no local em até 80%. O prefeito César Maia, que adora fazer notícias, já se mostrou simpático à idéia de criar um "surfódromo" e a galera está assanhadíssima com a promessa de novas emoções sobre as ondas da Macumba.
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