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Cartas
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Caminho fechado
Parabéns ao jornalista João Mauro Araujo pela reportagem "Praias proibidas", publicada na edição 373. O texto expressa bem a realidade encontrada na região. É um absurdo que a Justiça, lenta, continue a privilegiar sempre os mesmos. De minha parte, tento divulgar a situação e também a matéria a quem se sensibilize.
Anselmo Gimenez Mendo
Decidi voltar mais cedo para casa no feriado de carnaval devido à grande decepção de ter sido barrado em diversas praias de Angra dos Reis (RJ) que tentei conhecer, todas elas particulares, providas de cancelas e vigias. Dentre elas estão as praias Garatucaia, do Engenho, do Frade e Brava. É triste saber que isso também ocorre no estado de São Paulo e ver a impotência e/ou conivência da própria Justiça, como mostra a reportagem "Praias proibidas". Quem irá fazer a lei e o nosso direito de ir e vir prevalecerem?
Rodney Santos
Parabéns pela reportagem "Praias proibidas". É um dos maiores assaltos ao litoral brasileiro o que ocorre na região do Rabo do Dragão. Muitos turistas, ingênuos, nem sabem que têm direito assegurado de freqüentar esses espaços paradisíacos, blindados pelas necrófilas elites brasileiras, e lutar por eles.
Paulo Endo – psicanalista
Santos Dumont
Queremos cumprimentar a jornalista Cecília Prada pela reportagem "O homem voa", publicada na edição 373, e dizer que concordamos quando ela afirma que "o Brasil tem, evidentemente, vocação aeronáutica". Por essa razão, ao pioneirismo de Santos Dumont e seus antecessores brasileiros, como Bartolomeu de Gusmão, no século 18, e Julio Cezar Ribeiro de Souza, no século 19, citados no texto, gostaríamos de acrescentar o nome do engenheiro Gastão Galhardo Madeira, nascido em Ubatuba (SP) em 20 de junho de 1869. Já em 1890, ele obtinha a patente de invenção para seu aeróstato dirigível e, após publicar no jornal "Correio Paulistano", em 1892, um estudo completo e fartamente ilustrado de seus trabalhos, dirigiu seus esforços à pesquisa de planadores, dirigíveis e mesmo de aeroplanos, esbarrando sempre, porém, na escassez de recursos.
Em 1914, aos 45 anos, Madeira conseguiu viajar para a França e, apesar das dificuldades enfrentadas em virtude da 1ª Guerra Mundial, viu aprovadas suas teorias sobre a dinâmica dos aeroplanos, a ponto de ser recebido no gabinete de um ministro de Estado, juntamente com outros eminentes técnicos franceses. Ainda assim, as fábricas consultadas para produzir seu dispositivo de estabilização de aeroplanos se recusaram a fazê-lo, uma vez que os esforços de guerra impunham outras prioridades.
Sem meios de testar na prática seus inventos e com a cassação por falta de pagamento de suas patentes obtidas na França, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos, Madeira retornou ao Brasil e, a despeito das enormes dificuldades e dissabores enfrentados, continuou acreditando em sua capacidade criadora. Menos de dois anos antes de sua morte, ocorrida em abril de 1942, ele ainda projetou e registrou um novo tipo de hélice destinada a aeroplanos, hidroplanos, dirigíveis e assemelhados.
Luiz Ernesto Machado Kawaal – jornalista
Arnaldo Chieus – advogado
Rodoanel Mário Covas
Desejo esclarecer alguns pontos citados na matéria "Solução ou problema?", publicada na edição 369, de autoria de Juliana Borges, que trata do licenciamento ambiental para a construção do rodoanel. A primeira entidade a contestar na Justiça essa obra foi o Lions Clube de São Paulo-Tremembé, ainda no início dos trabalhos do trecho oeste, já inaugurado, mas com a prestação de contas contestada pelo Ministério Público Federal de São Paulo e pelos Tribunais de Contas do Estado e da União. Logo que a obra foi iniciada, o Conselho Comunitário da Região Administrativa de Santana-Tucuruvi procurou demonstrar a impropriedade de o trecho norte do rodoanel atravessar a serra da Cantareira e apresentou um traçado alternativo para proteger o maciço florestal daquela área verde. Essa proposta e os entendimentos mantidos com o governo do estado e a Dersa possibilitaram o adiamento do estudo de traçado do trecho norte.
Na referida matéria, é dito que uma campanha da SOS Cantareira interrompeu esse estudo, o que não é verdade. A campanha de fato existe, mas o que tem conseguido resultados é o trabalho do Conselho Comunitário, que nunca deixou de acompanhar o problema.
Em relação ao pronunciamento do Instituto Florestal, ele só ocorreu após reivindicação do Lions Clube de São Paulo-Tremembé ao Conselho Consultivo do Parque Estadual da Cantareira. E, mesmo assim, ainda não foi publicado como devia.
Armando Benetollo
Nota da Redação – Agradecemos os esclarecimentos, mas lembramos que a matéria informa que o processo foi paralisado pelo Ministério Público em conseqüência de "protestos da sociedade civil", e não devido a campanhas isoladas.
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