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Entrevista

Magic Paula

A ex-jogadora de basquete critica a administração do esporte brasileiro e revela o que ouviu de Fidel Castro após derrotar a equipe cubana

Ao deixar as quadras, em 2000, Magic Paula encerrava uma das carreiras mais brilhantes do basquete mundial. Ao lado de Hortência, passou a ser sinônimo de cesta e de títulos internacionais: em 1991, deixou Fidel Castro boquiaberto ao presenciar sua equipe ser superada pelas brasileiras numa partida emocionante. Ao final, Fidel Castro perguntou a ela se antes haviam jogado assim tão bem. "Modestamente dissemos que já tinhamos jogado melhor", conta ela, sempre muito simpática. Sairia de Cuba como campeã pan-americana, e cinco anos depois seria consagrada ao estar na equipe que venceu o Mundial na Austrália, em final memorável contra as chinesas. Depois de jogar na Itália, Estados Unidos e Espanha, Paula terminou sua trajetória esportiva jogando no Brasil, onde, com apenas 14 anos, foi convocada para integrar a Seleção Brasileira Adulta - claro, era a mais nova do grupo. Nesta entrevista exclusiva, Magic Paula faz uma análise do esporte nacional e conta seus planos futuros. A seguir, os principais trechos.

Você deixou de jogar em 2000, quando era uma das jogadoras de basquete mais respeitadas no mundo. Como tem sido sua vida depois que você deixou as quadras?
Depois que eu parei de jogar, fiquei seis meses de folga, mas cansei de ficar sem fazer nada. Achei que ia me aposentar depois de 28 anos jogando basquete, mas não consegui ficar parada. Daí fui fazer um curso de administração esportiva na Getúlio Vargas - que era a área que eu queria, por ter sempre sido muito crítica com os dirigentes; eu achava que o esporte brasileiro estava evoluindo em vários sentidos e a gente continuava com aquele modelo arcaico quando se falava em gerenciar e administrar equipes e clubes. Eu acabei o curso e dez dias depois recebi o convite para administrar a Centro Olímpico de São Paulo. Passei dois anos e quatro meses lá, e esse trabalho resultou no convite para eu ir para o Ministério dos Esportes. Na verdade, desde que eu parei de jogar nunca fiquei parada. Venho nos últimos quatro anos fazendo muitas palestras, e quando recebi o convite para o Centro Olímpico eu aceitei, mas desde que não atrapalhasse essas minhas palestras. Depois que eu voltei do ministério, além de continuar dando palestras em empresas, existe um projeto para a terceira idade que está na fase final. Já surgiram convites de programas de televisão, times de futebol, mas eu não estou com pressa. Não preciso trabalhar; trabalho porque gosto.

E que tipo de pergunta mais fazem nessas palestras?
Ah, as pessoas querem saber o que Fidel falou para mim em 1991. Todo lugar que eu vou, me perguntam isso. Às vezes você pega um público de uma idade que acompanhou essa fase. Dia desses uma pessoa da Nike me ligou, inclusive meu amigo, e me perguntou se eu não poderia ir até lá bater um papo com as mulheres da empresa. E eu fui, ou seja, estou adorando fazer palestras, estou me soltando mais. A Paula de quatro anos atrás é diferente da Paula de agora. Estou tentando desenvolver um trabalho com Hortência, enfim, tem muita coisa acontecendo.

E o que o Fidel falou a você em 1991?
A curiosidade se dá porque na época ele fez todo um agrado para mim e para a Hortência, pediu para a gente dar uma voltinha, brincou que não ia nos dar a medalha, entregou para as outras jogadoras, mas depois voltou, pediu para a gente descer do pódio e nos perguntou se a gente já tinha jogado tão bem assim outras vezes. E a gente respondeu que, na verdade, sim. Aí ele falou: "Vocês acabaram com meu time". Depois de dois dias, nós estávamos em Cuba ainda, ele, numa entrevista de TV, foi perguntado o que tinha mais chamado a atenção dele nos jogos Pan-Americanos, ele falou da gente.

Quais os problemas pelos quais você acha que passa o esporte brasileiro?
O que eu vejo é que não existe a preocupação de um trabalho a longo prazo, é sempre uma coisa imediatista, e nós estamos às vésperas de uma Olimpíada e nunca se fala nisso desde Sidney. Essa é a grande falha do Brasil nesse sentido: esporadicamente pintam um Guga e uma Daiane, e nós não podemos viver dessa forma. É preciso um planejamento, uma programação, descobrir quem são os atletas que nós vamos querer ter em 2008, por exemplo. Caso contrário, a gente vai para os Jogos Olímpicos e depois reclama que foi mal. Foi mal, só que desde 2000, que é o mínimo que se devia começar a pensar numa próxima Olimpíada, ninguém fala de nada, ninguém sabe da programação, do planejamento dessas confederações. A gente vive num país muito imediatista, e não segue exemplos como o da Austrália, que ficou doze anos preparando seus atletas para as Olimpíadas em Sidney. Além disso, o atleta aqui não tem patrocínio. Para mim, quando um desses meninos vai para fora do Brasil e ganha uma medalha, ele é um herói. Porque ele não tem tranqüilidade para trabalhar, num ano ele tem patrocínio, no outro ele não sabe se terá. É difícil trabalhar assim. O atleta tem de colocar, ele mesmo, uma pastinha debaixo do braço e ir atrás de patrocínio. Na verdade, tudo o que tem de lei no Brasil - o que quase não existe - nunca favorece o atleta.

E o que já foi feito nesse sentido?
São poucas as iniciativas que preparam os atletas, que pensam a longo prazo, que têm planejamento, que trazem para dentro de uma confederação pessoas profissionais. Serão poucas as medalhas nas Olimpíadas. Mesmo porque medalha é conseqüência. É difícil você fazer a preparação de um atleta ou de um time e prever que daqui a quatro anos esse atleta ou time vai arrebentar. Você não sabe como estarão esses atletas emocionalmente, como eles vão enfrentar a pressão de disputar uma Olimpíada, se os treinamentos foram suficientes. Ou seja, títulos e medalhas são conseqüências. Há várias coisas envolvidas. Você pode estar entre os melhores, mas estão todos se preparando para chegar lá.

Cuba é menor que o Brasil, territorialmente falando, e sempre ganha um número de medalhas bem superior. Essa diferença se deve a esse planejamento do qual você está falando?
Acho complicado comparar Cuba e Brasil. Primeiro, a gente precisa analisar as possibilidades dos jovens nos dois países. O jovem em Cuba tem a vida muito restrita em virtude do regime político. Sendo assim, qual o foco de um jovem cubano? Ser bom em dança, esporte e medicina, o que lhe dará melhores chances. No Brasil, as chances são diferentes, pelo próprio regime que nós vivemos. Lá, é mais ou menos assim: se eu não for um bom atleta, eu não serei nada. Aqui, é noitada, bate-papo na internet... A juventude aqui tem chances que o cubano não tem. Outra coisa: em Cuba, você começa no esporte dentro da escola, aqui não. Eu acho que muitos atletas da minha geração que se destacaram viram esporte na escola. Depois disso, o esporte passou muito tempo não sendo obrigatório na escola; no Brasil a educação física não é vista como a matemática ou história, por exemplo. Em Cuba é. Lá, o esporte tem o mesmo peso que qualquer outra matéria. E toda criança passa por ele. Ela pode ser gordinha, magrinha, alta ou baixa, ela vai passar pelo esporte. Depois é feita uma triagem para saber qual o perfil dessa criança, para qual modalidade ela tem mais jeito, para depois se aperfeiçoar, e dali ela vai para centros de treinamento. Por isso, eu acho que não podemos comparar: são dois regimes diferentes, culturas diferentes e povos diferentes. No entanto, ao mesmo tempo, eu acho que o nosso problema é esse: o esporte não é visto, ele é usado para alcançar riqueza, e são poucos os que ficam ricos. Então, hoje, os pais querem colocar o filho no esporte porque é um meio que eles enxergam de ascensão social. Só que isso não é verdade. Nós trabalhamos com 1.300 jovens no Centro Olímpico e desses, daqui quatro ou cinco anos, se quatro ou cinco chegarem ao esporte de alto nível, já vai ser o máximo. Todo pai acha que o filho vai ser o Ronaldinho ou que a filha vai ser a Daiane, mas não é assim. Nós não podemos enxergar o esporte apenas como um meio de se descobrirem talentos, o esporte ensina a criança a lidar com vitória e derrota, a se defender, competir, respeitar hierarquias, conviver em grupo. E isso você leva para toda a vida. Mesmo que você não se torne um atleta, você terá de encarar todo esse tipo de coisa que o esporte ensina e que faz parte da vida.

Tem-se falado muito do esporte como meio de se escapar da violência urbana. O que você pensa sobre isso?
Eu não acho que tira da rua ou das drogas, mas vai fazer com que essa criança ou jovem não tenha o tempo ocioso que normalmente teria se não fosse o esporte. É a ociosidade que faz com que o jovem queira conhecer esse outro mundo além do dito normal, por meio dos amigos da rua, etc. Ele começa a preencher esse tempo ocioso de forma diferente. Agora, se ele tem o compromisso de ao menos três vezes por semana de fazer esporte - e sabendo que aquilo pode até se tornar uma profissão -, já começa a preencher seu tempo com outras coisas. Ele conhece outras pessoas, convive com elas. Eu acho que no esporte a gente tem visto muito essa coisa de empresa investindo e promovendo movimentações esportivas dentro das escolas, para evitar a evasão. Existem estudos nesse sentido. Porque às vezes a criança vai para escola para comer, porque ela não tem comida em casa, e para se divertir. E eu acho que o esporte, a atividade física, deve ser colocado de uma forma lúdica, de recreação, brincadeira, e em meio a isso você enxerga quem tem jeito para uma coisa e quem tem para outra. Muitas vezes você acaba por fazer uma exclusão quando você parte para o treinamento de alguma modalidade esportiva dentro da escola, porque sempre tem, por exemplo, o mais gordinho, que se sente excluído porque perdeu para o mais magrinho, que era mais ágil. Assim, você exclui muito. Mas, enfim, nesse caso da violência, a criança passa a conviver com uma coisa melhor do que ela tem na rua.

Como será seu projeto para a terceira idade?
A minha proposta é resgatar a auto-estima do idoso, porque a gente vive num país onde o idoso é marginalizado. Infelizmente, nós temos de ter um Estatuto do Idoso para dizer que as pessoas de terceira idade têm de ser respeitadas, e isso é um absurdo. E o que eu quero é não só resgatar a auto-estima, mas também até as profissões que eles exerciam e que não existem mais, até para as crianças conhecerem também. A minha idéia é a aproximação da criança com o idoso, dentro da escola, fazer com que os avós - que são quem levam os netos para escola muitas vezes, porque os pais estão trabalhando - se sintam valorizados. E isso por meio da dança, da pintura, enfim, com a habilidade que eles possuírem. Fazer a criança descobrir do que os avós dela gostam. O avô é um bom contador de histórias? Ele foi um grande jogador de futebol? Ele remou, operou bondes, enfim, o que ele fez? É descobrir o que ele poderia contar a todos numa escola. É essa a minha proposta. Eu acredito que existe uma admiração das crianças pelos avós. E a atividade física pode vir por meio de uma peça de teatro, por exemplo. É algo bastante amplo. É bom fazer na escola porque você tem mais público.

E o que você acha que pode levar a pessoa a gostar de algum tipo de atividade física?
Começar a fazer. Eu mesmo posso dizer que hoje estou fazendo atividade física com qualidade de vida. Antes eu não praticava, porque eu fazia esporte de alto rendimento, de alto impacto e que exigia de mim além do que meu físico podia suportar. E hoje, eu sei o que é bom para mim. Depois que pratico minha atividade física, eu me sinto mais disposta, me alimento melhor, durmo melhor. Por isso eu digo que o segredo é começar a fazer. Não é fácil adquirir disciplina. Quando eu jogava profissionalmente, é claro que tinha de estar lá, era a minha profissão. Mas, quando você não tem esse tipo de compromisso, você pode desanimar um pouco. Por isso está tão em voga o personal trainer; além da companhia, ele também te obriga a fazer, você sabe que tem um encontro marcado naquela hora para fazer atividade física. Mas a dica é essa, começar a fazer para sentir a diferença.

E como vencer a preguiça?
Hoje eu faço não por obrigação. Muitas vezes eu fui obrigada a correr sem estar com vontade. Mas é uma questão de disciplina. Se você quer melhorar sua qualidade de vida, você tem de se disciplinar. Não dá para começar e parar. É preciso enxergar a atividade física como algo que vai ser bom para você, queima calorias, faz a pessoa se sentir melhor. Há também a preocupação com a alimentação, a gente sabe que hoje em dia a comida não tem a mesma qualidade que tinha antigamente. A gente come muita coisa enlatada, come muita bobagem. Atividade física é uma questão de disciplina, colocar uma meta e se propor a fazer.
Sobre essa questão da comida, a gente percebe que nunca se falou tanto sobre isso. E há a polêmica envolvendo as dietas, uns dizem que X é melhor que Y, etc...
E as cirurgias também, lipoaspiração, silicone...

Exatamente. São como atalhos à atividade física.
Eu estava conversando com uma pessoa e o assunto era criar os filhos. E a pessoa, uma senhora com os seus 70 anos, dizia que hoje em dia se criam os filhos com mais liberdade, mas que isso representa um pouco de comodismo da parte dos pais. Por exemplo, em vez de o pai levar a filha a uma festa, ela vai com uma amiga para poupar trabalho. Além da falta de tempo dos pais para conversar com os filhos. Da mesma forma, eu acho que essa questão de cirurgias, etc. é um pouco de comodismo. Ou seja, é mais fácil você ir até o médico e "cortar" a gordura do que você se disciplinar. É aquela história: se eu quero que algo aconteça, eu tenho de me dedicar. Não dá para ficar naquela de "ah, só hoje eu vou comer esse doce", ou seja lá o que for. Se não houver disciplina, a pessoa vai mesmo reclamar que está gorda, fora do peso...

Hoje existe uma conscientização que há vinte anos não havia. O cigarro, por exemplo. As pessoas, hoje, sabem que o cigarro pode causar câncer e demais doenças. Comida é a mesma coisa, as pessoas sabem que o colesterol é uma questão séria. Mesmo assim, muita gente continua fumando e comendo o que não devia. É uma questão de opção, não?
Cada um faz o que quer. Eu acho que quando as coisas são impostas é mais difícil as pessoas aderirem. Mas tem também a questão química, digamos. Quem fuma, por exemplo, tem uma dependência química, e quem não tiver muita força de vontade não vai largar o cigarro. Algumas coisas surgem independentemente da sua vontade, ao menos é o que dizem. Agora, quanto a parar de fumar e melhorar a alimentação, o necessário é mesmo muita força de vontade.

E a questão de drogas dentro do esporte em busca de desempenho. Tratar-se-ia de um acidente de percurso causado pela cobrança?
Eu acho que é falta de informação e até ignorância de quem consome. Além disso, o esporte atinge um nível de profissionalismo e de necessidade de sobrevivência que, às vezes, a pessoa faz qualquer tipo de coisa para conquistar uma medalha. Mas não pensa no que isso pode gerar futuramente no organismo. O momento da vitória é importante para o atleta, mas mais importante é o depois. O esporte é uma profissão muito ingrata, quando você está no auge do seu amadurecimento como pessoa você tem de parar de competir, porque você depende do seu físico. Então, o importante não é você como atleta, mas sim você como pessoa. Vai existir toda uma vida depois de você ser atleta, e as pessoas não pensam nisso. E hoje o cerco do doping está se fechando cada vez mais. Por isso eu digo que se trata de uma falta de conhecimento por parte dos atletas do que isso pode gerar futuramente, por pensar só no momento, em estar no topo, bater recordes, ganhar medalhas e dinheiro.

Você falou sobre treinamentos intensivos, dia desses aquele jogador de futebol húngaro morreu no campo. Você não acha que essa necessidade de treinamento duro acaba se virando contra o próprio atleta?
Quando eu comecei a jogar, treinava três vezes por semana. Depois, todos os dias, uma vez por dia; depois todos os dias, duas vezes por dia. Eu acho que esses casos de morte de atletas, como a desse jogador, são fatalidades - a não ser que o clube não tenha feito os devidos exames. Porque pode acontecer de a pessoa estar andando na rua e, de repente, cair morta. Por isso tem de ser feito um trabalho durante a pré-temporada, ver como estão os atletas, para tentar minimizar isso. Pode ser overdose de treinamento, vai ver o organismo da pessoa não está preparado para receber aquele nível de estímulos. Mas o importante seria que todas as pessoas que fazem atividade física, não só os atletas de alto nível, se avaliarem constantemente. E não sair como um louco fazendo atividade sem controle ou orientação. Nós já tivemos na seleção casos de jogadoras que tiveram de ser cortadas porque o teste de coração acusou um problema qualquer, isso acontece. Por isso, eu considero fatalidade, algo que pode acontecer com qualquer um.

Há ex-atletas que reclamam de várias dores depois que abandonaram o esporte profissional. Hoje, quatro anos depois de sua saída das quadras, você sente alguma coisa?
Eu não sinto nada. Eu já ouvi falar disso, mas acho que sou privilegiada, porque não tenho essas dificuldades. Eu tive uma contusão séria no joelho, fiquei quase dois anos com problemas, depois fiz cirurgia na Espanha, quando passei uma temporada lá, e foi um sucesso. Isso foi em 1989, passaram-se quinze anos. Mas é lógico que eu não me arrisco a ficar correndo em asfalto, fazer bicicleta, não faço mais musculação, faço Pilates, ou seja, eu me cuido. Acho que é uma questão de saber o que é bom para o seu corpo. Depois de um tempo com o corpo sempre apitando no vermelho, é preciso pensar bem no que fazer com ele.

O que você faz hoje como atividade física?
Corro três vezes por semana e faço duas vezes Pilates.

Quanto você corre?
Não interessam ritmo ou quilometragem. Corro trinta minutos. Eu passei minha vida inteira tendo de correr no ritmo tal. etc. Hoje, vou lá para transpirar. Eu vejo gente correndo maratona e fico abismada. Se bem que muita gente que corre maratona começa bem leve, mas corrida vicia... Eu não quero nada disso.

E Pilates?
Uma hora cada vez.

Olhando para trás. o que você diria sobre o brilho da sua geração?
Outra coisa que não se pode comparar é geração tal com geração tal. Tudo mudou. Hoje, jogar é uma questão de força física, os tênis são cheios de amortecedores, a quadra é de baixo impacto e não sei mais o quê... Quando eu vejo comparações do tipo fulano não é como Garrincha, eu digo: não dá para comparar. Como comparar uma pessoa que jogou nos anos de 1960 ou 1970 com quem joga hoje? Eu acho que nós fazíamos um esporte com mais criatividade e inteligência. Hoje, é difícil, no futebol, por exemplo, você ter um atleta que "enxergue o jogo". Hoje, é mais força e treinamento. Aliás, hoje a força predomina sobre o talento e a criatividade.