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Adriana de Souza de Lima e Dauro Marcos do Prado
RESUMO
O presente artigo visa apresentar uma narrativa a partir do diálogo entre o patrimônio cultural e o viver caiçara. Entre eles está uma política ambientalista que viola direitos tanto das comunidades tradicionais como da própria legislação ambiental no estado de São Paulo. Por isso, reivindicamos o reconhecimento das práticas culturais e do modo de vida das comunidades tradicionais caiçaras. Apresentamos o fandango como bem cultural já patrimonializado. A partir de diferentes pesquisas que reconhecem outras dimensões do viver caiçara, mostramos suas contribuições para a cultura brasileira, bem como a conservação da natureza. Aqui detalhamos o sistema agrícola caiçara no interior de um contexto de fortes pressões sobre o território onde vivemos há séculos.
Reivindicamos a valorização e proteção normativa como modo de encerrar a invisibilização dos bens culturais caiçaras, bem como a negligência histórica que resultou na expulsão de diversas comunidades na Jureia. A organização comunitária caiçara tem se articulado em projetos com universidades públicas, mediante parcerias que lançam bases para novas formas de trabalhos colaborativos também com instituições voltadas à proteção da cultura material e imaterial, e para enfrentarmos as violências já sofridas ao longo de décadas.
Palavras-chave: Caiçaras. Jureia. Política Ambiental. Patrimônio Cultural.
ABSTRACT
This article aims to present a narrative based on the dialogue between cultural patrimony and caiçara living (viver caiçara). Among them is an environmental policy that violates the rights of both traditional communities and the environmental legislation itself in the State of São Paulo
(Brazil). For this reason, we demand recognition of the cultural practices and way of life of traditional caiçaras communities. We present the fandango as a cultural asset recognized by national institutions. From different research works that recognize other dimensions of caiçara living, showing its contributions to Brazilian culture, as well as to the conservation of nature, we detail the caiçara agricultural system in a context of strong pressure on the territory where we have lived for centuries. We demand the valorization and normative protection as a way to end the invisibilization of caiçaras cultural assets, as well as the historical neglect that resulted in the expulsion of several communities in Jureia. The caiçara community organization has been articulating projects with public universities, along partnerships that lay the foundations for new forms of collaborative work also with institutions aimed at protecting material and immaterial culture, and to face the violence that we have been suffering for decades.
Keywords: Caiçaras. Jureia. Environmental Policy. Cultural Patrimony.
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