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Entrevista com Nuno Ramos

CPF: Grande parte do público ainda se sente agredida pela arte contemporânea, ao ponto de se questionar se algumas obras de arte devem ser assim consideradas. Como lidar com essa questão?


Nuno Ramos: Eu não sei se concordo muito. Acho que nunca a arte contemporânea foi tão massiva quanto hoje. Quer dizer, a gente está tendo um evento que é a Bienal, onde alguma coisa em torno de um milhão de pessoas vai passar, são números impressionantes.
Algumas exposições, como a daquele Ron Mueck... Eu acho que há um sentimento desse tipo que você descreve nesses eventos que tem muita coisa, Bienal em geral, que você tem cem artistas, setecentas obras. Dentro disso, é claro que talvez trinta por cento valha a pena. Não que a seleção do passado seja inteiramente justa, mas dos trezentos pintores impressionistas, a gente olha para doze, não é? Agora na arte contemporânea, você olha para os trezentos. Então diante de uma situação um pouco exaustiva, as pessoas dizem: “Eu não entendo nada”, mas eu não sei, eu acho que a arte é como a música, é como qualquer outra arte, ela bate ou não bate, mas acho também que obviamente não existe acesso a arte nenhuma sem alguma mediação, não é?
O que a gente vive hoje é que as instâncias de mediação são extremamente prolixas, profícuas e impositivas (…)

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