Postado em
Nesta Edição.
Em um país como o Brasil, de proporções continentais, e numa cidade como São Paulo, uma das maiores metrópoles mundiais, poucas pessoas pensam na importância da água. Quando deixam uma torneira pingando, ou perdem horas na lavagem de um automóvel, colaboram para o conhecido desperdício, tão típico da cultura brasileira. De acordo com um especialista ouvido na matéria de capa, cada habitante paulistano consome em média por dia 220 litros de água, entre banho, barba etc. Não é pouca coisa.
Ao mesmo tempo, o tratamento desse líquido é extremamente reduzido. Estima-se que em São Paulo apenas 6,6% de todo o esgoto produzido é tratado, sendo que o restante permanece poluindo o meio-ambiente. Numa escala em que se considere população, consumo e desperdício, chega-se a um quadro dramático no futuro da metrópole. Não é por outra razão que alguns bairros muitas vezes já são premiados com o racionamento em dias da semana.
Alguns futurólogos, calculam que será a água, e não mais o petróleo ou a briga por divisas, que num futuro próximo, irá detonar uma guerra mundial. Cada vez mais as nascentes se tornam pontos estratégicos de sobrevivência e de dominação. São fatores a serem pensados por todos os paulistanos e também pelas autoridades.
Em alguns países, principalmente no Oriente, em função de terrenos áridos e da constância de terras desérticas, a água, por ser rara, merece um tratamento mais precioso, à semelhança de uma moeda de alto valor. Quase toda água consumida pela população recebe tratamento, sendo reutilizada. No Brasil, e mesmo em São Paulo, estamos distantes dessa tecnologia, e mesmo dessa consciência. Uma pena, porque desperdício significa dinheiro que literalmente foge pelo ralo. Além de enfraquecer de maneira radical a economia.
Danilo Santos de Miranda
Diretor do Depto. Regional do SESC