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Corpo e vida em movimento

Foto por Cesar Delamonica
Foto por Cesar Delamonica

 

Nascida nos Estados Unidos em 1929, ano da quebra da Bolsa de Nova York, a dança de rua fez escola lá e aqui. Mais do que um estilo influenciado por vários ritmos, essa forma de expressão sempre foi associada à cultura e à identidade negra. Primeiro, apareceu como uma alternativa para músicos e dançarinos dos cabarés de cidades americanas, que, desempregados como consequência da crise econômica, passaram a realizar suas performances nas ruas.

Depois, outros ritmos de origem afroamericana, como blues, soul, funk e rap, influenciaram a batida e os movimentos. O gestual inclusive, é uma das principais referências quando se pensa em dança de rua. E é com foco nisso que o Sesc Santos organiza o projeto Dança de Rua, em cartaz até o dia 27 deste mês. “A ideia é colocar as pessoas para se mexerem neste verão, seja por meio do esporte, das práticas alternativas ou da dança. O importante é não ficar parado”, define José Osvaldo Teixeira Junior, monitor de Esportes do Sesc Santos.

Na década de 1970, o movimento que teve início com a dança se estendeu para outras manifestações culturais e artísticas, como a pintura, a poesia, o grafite e até o modo de se vestir e andar. Esse novo estilo, nascido nos guetos nova-iorquinos, ficou conhecido como hip hop. “Além de ser muito cativante, a dança de rua também traz um valor histórico e social, e pretendemos demonstrar isso em uma sequência de aulas abertas, nas quais serão apresentados ritmos diferentes, além da inserção do contexto histórico”, explica Teixeira Junior.

A programação contempla ainda aulas com arte-educadores de diferentes vertentes do Hip Hop Freestyle, para iniciantes e profissionais. “Santos é o berço da dança de rua brasileira. O Dança de Rua do Brasil, aqui da cidade, é o primeiro grupo profissional sul-americano do gênero”, completa. O grupo surgiu em 1991, idealizado pelo coreógrafo e bailarino Marcelo Cirino, para divulgar a dança de rua no país. Ao longo dos anos, conquistou repercussão mundial, elevando o estilo a um patamar profissional.


“Além de ser muito cativante, a dança de rua também traz um valor histórico e social”

José Osvaldo Teixeira Juniormonitor de Esportes do Sesc Santos



 

Fanático
O espetáculo Beije Minha Lápide, em cartaz no Sesc Consolação até 1º de março, traz o ator Marco Nanini no papel de um fã ardoroso de Oscar Wilde. O personagem vai preso após quebrar a barreira de vidro que isola o túmulo do escritor em um cemitério de Paris, capital francesa. No texto de Jô Bilac, conflitos e questões como preconceito, censura e violência são abordados. A direção é de Bel Garcia.

Narrativas desenhadas
A mostra Compulsão Narrativa, no Sesc Vila Mariana até dia 22 deste mês, reúne 12 artistas cujos trabalhos têm a construção de narrativas como ponto de contato. A proposta é criar um espaço de discussão e reflexão em torno do desenho em diferentes suportes, como papel, pintura, lambe-lambe e ainda em paredes e mesas. Com obras de André Valente, Carlos Contente, Diego Gerlach, Eduardo Belga, Elisa Carareto, Federico Lamas, Júnior Suci, Lucas Gehre, Nazareno, Pedro Franz, Silvan Kälin e Tiago Judas.

Reconhecimento
Em janeiro, o Sesc foi indicado como um dos cinco finalistas na categoria “Instituição Cultural” do Prêmio Governador do Estado de São Paulo para a Cultura 2014. O objetivo do prêmio é prestigiar quem se destacou em 2014 pela produção artística ou apoio à cultura. Atualmente, a premiação é a maior do tipo a prestar reconhecimento a artistas e instituições por um governo estadual – no total, serão distribuídos R$ 580 mil. Além do prêmio em dinheiro, os ganhadores vão receber um troféu criado pela artista plástica Ester Grinspum. Exceto na modalidade Instituição Cultural que será avaliada apenas por Voto Popular e não receberá prêmio em dinheiro.

Para ver e apreciar
O Sesc adquiriu os direitos de distribuição Home Vídeo (reprodução, distribuição e comercialização da obra em DVD e Blu-ray em território brasileiro) do filme O Sal da Terra, indicado ao Oscar deste ano na categoria de melhor documentário. Com direção de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, a narrativa revela a vida e a obra do fotógrafo Sebastião Salgado, que nos últimos 40 anos viajou pelo mundo para registrar diversos conflitos internacionais, eventos da história recente e belezas naturais.

Não à violência
Episódios recentes de violência urbana na cidade de São Paulo são o mote do espetáculo Revide, em cartaz no Sesc Consolação até o dia 10. A trama parte dos ataques homofóbicos na Avenida Paulista, discutindo a violência como um sintoma social mais amplo e inscrito na lógica das subjetividades. Dramaturgia e direção ficam a cargo de F. A. Uchôa. No elenco, Fernando Gimenez, Lara Hassum, Pérsio Plensack, Lucas Romano, Fábio Joaquim do Vale e Luiz Fernando Dalibera.


“Fazia as aulas na casa do Moacir e, como era perto da casa do Vinicius de Moraes, um grande amigo, sempre dava uma passadinha para praticar no piano do Vinicius.”

Alaíde Costa, em depoimento ao jornal Folha de S.Paulo.
A cantora e compositora se apresentou em janeiro, no Sesc Ribeirão Preto e no Santo André


“Fui tomando gosto pela ideia, achei que era hora de tentar algo novo. Mas, ao mesmo tempo, me deu uma apreensão muito grande, pelo tempo que fiquei sem fazer música.”

Luiz Melodia, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
O cantor fez shows no Sesc Vila Mariana em janeiro, com repertório do álbum Zerima