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Painel de debates: As relações afetivas: Família, amigos e comunidade
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RUTH G. DA COSTA LOPES (1)
RESUMO:
No vocabulário de Psicanálise, afeto “...exprime qualquer estado afetivo, penoso ou agradável, vago ou qualificado...”. Temos aqui a ideia do sofrimento, permeando o afeto. Portanto expressões comuns, do tipo “agora quero viver minha velhice tranquilamente, não quero mais sofrer”, referem-se a um desejo de impossível realização. Enquanto estamos vivos, e como seres afetivos e desejantes que somos, continuamos tendo sofrimento e frustrações por não podermos dar o afeto, ou por não podermos receber o afeto que imaginamos merecer.
Por ser vago, impalpável, o afeto é totalmente subjetivo. Não podemos nem medi-lo, nem pesá-lo; mas todos sabemos quando não nos basta, ou quando ele nos sufoca. Isso não quer dizer que possamos estabelecer referências precisas e universais, mas temos expressões, usadas no cotidiano, que sinalizam os descompassos em relação às demandas afetivas: Você está chorando de barriga cheia; cada qual com sua cruz; cair das nuvens etc.
Palavras-chave: afetividade; família; amigos
(1) Psicóloga e professora da PUC-SP.