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Editorial

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O Departamento Regional do SESC de São Paulo promoveu a Assembléia Nacional de Idosos, no período de 06 a 12 de abril de 1999, na unidade do SESC Bertioga/SP. A Organização das Nações Unidas elegeu este ano como o “Ano Internacional do Idoso” e recomendou que, em todos os países membros, fossem realizados eventos alusivos ao tema. Esta Assembléia reuniu cerca de 1.400 idosos, organizados em delegações, representando todas as regiões do território nacional.

O SESC de São Paulo tomou essa iniciativa por várias razões. A primeira reporta-se à longa tradição de trabalho social, voltado a essa faixa etária, que estamos desenvolvendo desde os anos 60. Aproximadamente 50 mil idosos estão matriculados em programas sócio-culturais em nossas unidades da capital e interior do Estado. Os objetivos principais desse trabalho têm sido o incentivo à integração social dos velhos, e a consequente melhoria de suas condições de vida, através de atividades que promovam a sociabilização, a atualização cultural, a descoberta de no as habilidades e a consciência do fenômeno do envelhecimento em suas vertentes biológica, psíquica e social. Cremos que, assim fazendo, proporcionamos condições concretas para que o idoso se posicione mais incisivamente ante a imagem preconceituosa que a sociedade moderna produziu em relação à velhice.

Outro motivo que nos levou a esse empreendimento vincula-se à morosidade do Estado Brasileiro, em todos os seus níveis, em responder aos anseios da Terceira Idade. Todos conhecemos a situação de penúria a que estão submetidos grande parte de velhos e aposentados no Brasil. Muitos não possuem condições mínimas para uma alimentação adequada, uma moradia decente ou uma assistência médica eficaz.

No entanto, além de pensar e agir sobre o momento atual, é preciso refletir sobre o futuro das próximas gerações. Por isso, o tema escolhido para a Assembléia Nacional foi “A Terceira Idade a Caminho do Ano 2000”. Acreditamos ser de extrema urgência promover discussões, envolvendo toda a sociedade, de medidas que possam responder a questões, como a previdenciária por exemplo, que tendem a se agravar no próximo século.

Nesta edição especial da revista “A Terceira Idade” apresentamos a transcrição das palestras e dos painéis de debates, com especialistas e representantes do Governo, que certamente trouxeram esclarecimentos para um melhor equacionamento dos temas apresentados. Todavia, consideramos fundamental um exame atento às reivindicações dos próprios idosos aqui registradas. Foram 32 trabalhos, discutidos em suas comunidades e apresentados durante o evento, sintetizados nas seguintes áreas: Saúde, Previdência, Educação e Cidadania, Esporte e Atividades Físicas, Cultura e Lazer, Relações Sociais, Trabalho, Habitação, Urbanização e Transportes, Tecnologia e Meios de Comunicação.

Demos mais um passo ao lado dos idosos na luta pelos seus direitos. O caminho mostra-se longo e árduo. Mas, acreditamos que a crescente organização política do idoso brasileiro pode pressionar governos e sensibilizar brasileiros de todas as idades. O futuro depende daquilo que construirmos desde agora.

ABRAM SZAJMAN Presidente do Conselho Regional do SESC de São Paulo.