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Marcha contra o trabalho infantil

No dia 25 de fevereiro partiu de São Paulo, rumo ao sul, o braço latino-americano da Marcha Global contra o Trabalho Infantil. Trata-se de um movimento que conta com o apoio de 7 mil entidades de 99 países de todos os continentes, cujo propósito é protestar e propor soluções para erradicar o trabalho infantil em todo o mundo. No total, a marcha terá três braços. O primeiro saiu de Manila (Filipinas), em janeiro. O outro sai da Cidade do Cabo (África do Sul), em março. A marcha terminará com o encontro dos três em Genebra (Suíça), em junho próximo, quando acontecerá a 86a Conferência da Organização Internacional do Trabalho, na qual será discutido o problema do trabalho infantil.

Na América do Sul, a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança será a responsável pela marcha, que de São Paulo seguiu para Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Novo Hamburgo (RS) e Porto Alegre (RS). Depois o destino será Buenos Aires.

Cartilha do cidadão

Em 1998 a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 50 anos. Para comemorar essa passagem, o Centro de Educação Comunitária para o Trabalho do Senac-SP e o Centro de Integração da Cidadania (CIC), órgão da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania paulista, uniram-se para lançar o "Guia Cidadania e Comunidade", uma publicação que tem por objetivo orientar o cidadão a fazer valer os seus direitos e estimulá-lo a participar ativamente da discussão de questões relativas a sua comunidade.

Emprego no sertão

Santa Cruz, pequena localidade no interior do Rio Grande do Norte, se tornou um pólo de prosperidade graças à prestação de serviços na área têxtil. A responsável pela iniciativa é a Associação Comunitária de Desenvolvimento do Trairi (ACT), que organizou um sistema de cooperativa para fazer o acabamento em peças de vestuário fabricadas por grandes indústrias de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Essas empresas instalaram ou estão instalando unidades de produção naquele estado, e a ACT aproveitou a oportunidade para criar postos de trabalho numa região carente. E como o cooperado é considerado trabalhador autônomo, a associação oferece assistência médica e dentária.

O povo do mar na TV

Para o Brasil, país com quase 8 mil quilômetros de costa, é importante que 1998 seja o Ano Internacional dos Oceanos. Além de exibir uma beleza exuberante, o litoral abriga culturas variadas, muitas delas pouco conhecidas dos próprios brasileiros. Por essa razão, a ONG Projeto Cultural São Sebastião Tem Alma, sediada em São Sebastião (SP), juntou-se à Vídeo Vídeo Produtora e à Unir Comunicações para lançar o programa "Povos do Mar", uma produção independente, cujo objetivo é mostrar a cara do povo do mar e abrir um canal de expressão para essas pessoas.

O programa, com duração de 30 minutos, estreou no dia 13 de dezembro último na TV Bandeirantes e vai ao ar aos sábados, às nove horas da manhã na Band Vale e às dez e meia na Band Santos. O foco central da programação é a importância do litoral para o Brasil, principalmente como fonte de alimentos. Mas também terão destaque a riqueza cultural das populações litorâneas e a grande biodiversidade dos ecossistemas da região, além das questões ambientais que afetam o litoral e se refletem por todo o país.

Concebido como um programa de variedades, "Povos do Mar" lançou, em janeiro, a campanha Salvar o Mar para Salvar os Povos – Vamos Pôr um Peixe no Prato Vazio do Brasil. A intenção é apresentar também roteiros de ecoturismo, culinária regional e até um "dicionário verde", com o significado de termos relacionados ao meio ambiente.

Preservar é preciso

O Brasil precisa buscar uma exploração racional de seus recursos naturais para ter um desenvolvimento sustentado, que não comprometa o meio ambiente.

Em Produção industrial e política ambiental: experiências de São Paulo e Minas Gerais (Centro de Estudos Konrad-Adenauer-Stiftung, Série Pesquisas v. 7, 158 páginas), a geógrafa e pesquisadora Juta Gutberlet enfoca o processo de reestruturação industrial nesses dois estados, a partir dos anos 80. Do seu ponto de vista, a mudança de muitos estabelecimentos das metrópoles para o interior foi mais uma busca por menores impostos do que o resultado de uma preocupação com a preservação ecológica.

História de homens e papéis

Em novembro de 1997 a ex-professora de artes plásticas da Universidade de Brasília Zuleica Medeiros concretizou uma idéia que a princípio parecia temerária: transferiu para dentro do Presídio Masculino de Florianópolis a unidade de produção de papéis artesanais da empresa que administra, a Terra Fine Papers. A iniciativa contou com o apoio do diretor do presídio, Carlos Fernando Volante, e os resultados superaram as expectativas, a ponto de Zuleica, que assessora e supervisiona as atividades, já pensar em expansão. Ela e Carlos Volante esperam que o projeto chegue a ocupar 40% da população carcerária. Por enquanto, apenas 17, de um total de 270 presidiários, trabalham na produção dos papéis feitos a partir de plantas tropicais adaptadas a essa finalidade por Zuleica. E os produtos, considerados nobres na classificação internacional, encontram mercado não só no Brasil, mas também em Londres e Nova York.

Os presos, que chegam algemados ao local de trabalho, foram selecionados a partir de avaliações psicológicas, sem nenhuma restrição quanto à natureza do delito praticado. Por meio de um contrato, a Terra Fine Papers compra o papel produzido no presídio e o dinheiro segue para a família dos detentos. Essa atividade, além de melhorar a perspectiva de reintegração dos presidiários à sociedade, ainda abate um dia da pena a cada três trabalhados. E todos estão satisfeitos com o projeto, tanto que os próprios presos lançaram o mote: "Homens transformando papel, e o papel criando um novo homem".

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