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Entre a rua e o palco

Após se apresentar para cerca de 1,4 milhão de espectadores em 18 diferentes países, o Grupo Galpão completou 30 anos encenando quatro espetáculos nas unidades Belenzinho, Vila Mariana, Ipiranga e Santana do Sesc. Exceto Tio Vânia (Aos que Vierem Depois de Nós), as peças – Romeu & Julieta, Till: A Saga de Um Herói Torto e a inédita Eclipse – foram encenadas ao ar livre, característica da companhia desde a fundação, em 1982.

Ao lado de Eduardo Moreira, Wanda Fernandes, Teuda Bara, Antonio Edson e Fernando Linares, Chico Pelúcio foi um dos fundadores do Grupo Galpão. “No primeiro ano de existência, havia mais intuição e irreverência do que racionalidade e planejamento”, explica. Recém-chegado da Europa, onde fez cursos de palhaço e de mímica, além de ter apresentado, em diversos países, um espetáculo de rua, o ator logo se integrou ao grupo.

“Reencontrei esses amigos e a partir disso passei a trabalhar com eles. Na época, existia certa inconsequência na nossa vida. Nós éramos universitários, tínhamos mais vontade de fazer teatro do que propriamente um projeto de vida”, revela.

No livro O Palco e a Rua: a Trajetória do Teatro do Grupo Galpão, Junia Alves e Marcia Noe apresentam características que distinguem a trupe: “Acima de tudo, as peças do Galpão mostram que um dos fatores de maior importância do sucesso do grupo é a habilidade de gerar energia por meio da justaposição de opostos: o central e o periférico, a cultura acadêmica e a popular, a visão particular e a universal, modelos estrangeiros e formas brasileiras, técnicas modernas e instrumentos tradicionais, elementos da história do Brasil e aspectos internacionais contemporâneos”.

Entre as peculiaridades do grupo, o Galpão trabalha com doze atores sócios e diretores convidados, como, por exemplo, Gabriel Villela, que dirigiu Romeu & Julieta, peça que, segundo Pelúcio, foi uma das mais importantes encenadas pela trupe, pois “consolida a imagem do grupo tanto nacionalmente quanto internacionalmente”.

Além disso, é notável a proximidade das obras com a linguagem popular. “A proposta fundamental do grupo é poder fazer continuamente um bom teatro, alternando-se entre a rua e o palco. De modo geral, a nossa grande vontade é ter condições de continuidade”, diz Pelúcio.

“Na época, existia certa inconsequência na nossa vida. Nós éramos universitários, tínhamos mais vontade de fazer teatro do que propriamente um projeto de vida”

Chico Pelúcio, ator, diretor ?(espetáculo Um Trem Chamado Desejo),?iluminador e um dos fundadores do Grupo Galpão



Novas miradas

O Sesc realiza, de 5 a 15 de setembro, a segunda edição do Mirada, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. Serão apresentados 38 espetáculos teatrais (23 estrangeiros – na foto, o espetáculo Amarillo, do México –  e 15 brasileiros), na unidade Santos e também em praças e ruas da cidade.

O assistente da Gerência de Ação Cultural do Sesc Sidnei Martins explica que o festival “cresceu em vários sentidos” em comparação à primeira edição, de 2010. “Aumentamos um dia de festival, o número de espaços fechados foram de 9 para 12, e as sessões passaram de 63 para 74”, conta Martins. “Além de o festival ter crescido, quase dobramos a capacidade de atendimento, e isso é um dado importante em relação à primeira edição.” Outra novidade é a itinerância da programação, que percorrerá também os municípios vizinhos de Praia Grande, Bertioga, Cubatão, Guarujá e São Vicente.

NOVA MARCA

Resultado de estudo realizado ao longo deste ano, o Sesc passa a contar com uma nova marca em todo o território nacional a partir do próximo dia 13 de setembro, data do aniversário de 66 anos da instituição. A mudança busca transmitir um novo posicionamento nacional da entidade e o conceito que vem sendo trabalhado em todos os seus projetos, de transformação e novos horizontes.

Para ler, ver e ouvir

Letras Que Viram Histórias Que Viram Encanto! é o nome dado pelo Sesc Santo André ao projeto composto de apresentações que unem literatura (nacional e estrangeira), técnicas teatrais e narração de histórias. A programação ocupou os sábados de agosto da unidade com Cantos de Fazer Rir (4/8), As Trapalhadas da Onça (11/8), Contos e Lendas do Folclore do Brasil (18/8) e Histórias de Meninas Sábias (25/8) – produções da Cia. Tricotando Palavras.

BELENZINHO PREMIADO

Pelo segundo ano consecutivo, o Sesc Belenzinho foi eleito pela revista “Época – O Melhor de São Paulo” a melhor programação teatral da cidade. Com três espaços dedicados às artes cênicas (duas salas múltiplo uso e um teatro), a unidade do Belenzinho recebeu, este ano, espetáculos como “A Última Gravação de Krapp”, com Robert Wilson; “Foi Carmen”, com direção de Antunes Filho, e “Romeu & Julieta”, com o grupo Galpão.

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