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OPINIÃO
Novos caminhos

Na última década, o desenvolvimento socioeconômico alcançado pelo país, embora sensivelmente distante dos níveis desejáveis, parece haver repercutido favoravelmente no âmbito da melhor redistribuição da riqueza gerada pelo trabalho. Diante disso, verificou-se uma transformação no panorama da migração interna. Como é sabido, um contingente expressivo de imigrantes do nordeste se deslocava para o eixo Rio-São Paulo, em busca de melhores condições de vida. Segundo dados demográficos recentes, uma crescente desconcentração econômica vem possibilitando, ainda que não totalmente, uma maior fixação da população em seus locais de origem ou em suas proximidades.
As desigualdades sociais persistem. No Brasil, decorridos 500 anos após o descobrimento, as desigualdades sociais persistem. É, todavia, motivo de esperança verificar, enquanto empresário e cidadão brasileiro, que parte dos deslocamentos atuais se devem ao desejo da população de ir em busca de melhores condições de vida, independentemente de fatores exclusivamente econômicos. Assim, para conquistar novos modos de viver a vida, pessoas estão se deslocando para centros urbanos menores, com boa infra-estrutura, ar puro e maiores possibilidades de contato com a natureza. Ou então para núcleos caracterizados por uma oferta mais ampla de bens culturais e oportunidades educativas. Outra novidade nesse cenário é a transformação das formas tradicionais de trabalho. Vivemos em uma sociedade industrial em fase de superação, que vem gerando novos vínculos com o mundo profissional. A sociedade informatizada viabiliza novos modos de trabalho, que diminuem a necessidade de deslocamentos físicos. O trabalhador experimenta, assim, condições mais favoráveis de organização do tempo, o que implica melhores condições de existência. Não obstante isso, em matéria de qualidade de vida ainda andamos longe de padrões adequados.
Nesse quadro, uma instituição como o Sesc que se dedica a oferecer, com suas 26 unidades no Estado de São Paulo, uma rede diversificada de equipamentos e programas educativos voltados à melhoria da qualidade de vida torna-se imprescindível. O trabalho desenvolvido ressoa em toda a sociedade, indicando caminhos e sugerindo modelos de atuação. Essa é nossa contribuição á causa do desenvolvimento social do país.

Abram Szajman
Presidente do Conselho Regional do Sesc no Estado de São Paulo