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No Mundo Eletrônico
Antonio Moacir Mucilo
Há exatamente seis anos, por ocasião do Congresso Nacional de Informática, realizado em São Paulo, Alvin Toffler, autor de obras como Future Shock, The Third Wave e Powershift, ao refletir sobre as mudanças que estavam ocorrendo no mundo, disse que além da revolução tecnológica, estávamos vivendo mudanças econômicas, sociais, culturais, enfim, que estava nascendo uma civilização com uma nova maneira de viver.
Acredito que hoje ninguém tenha mais dúvidas sobre isso. É fato irreversível que a utilização dos recursos disponíveis na Internet, essa fantástica rede mundial de computadores que funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano, está transformando e revolucionando a maneira de fazer negócios e modificando o comportamento das pessoas. Estamos no mundo eletrônico e nos acostumando com termos como e-business, e-commerce, supply chain etc.
As empresas, além de manter suas maneiras tradicionais de venda e prestação de serviços através de uma loja ou escritório físicos, estão enveredando cada vez mais por endereços virtuais. Muitas já nem têm prédios para vender seus produtos ou serviços.
Algumas informações são importantes para ajudar a compreender o que está ocorrendo e por que as empresas estão tomando essa decisão.
Segundo o Gartner Group, instituto especializado em pesquisa na área de tecnologia de informação, no ano passado circularam pela Internet 1,5 bilhão de mensagens; estima-se que em cinco anos esse volume alcance a cifra de 4,5 bilhões.
A Intel, a maior fabricante mundial de chips, estima que em cinco anos o número de usuários da Internet atingirá a fantástica cifra de um bilhão de pessoas em todo o mundo.
Os resultados do primeiro semestre de 1999 do Bradesco trazem os seguintes números: 1,1 milhão de contas Home/Office Banking; 3,4 milhões de transações mensais pelo Internet Banking, e 78% do total de transações efetuadas pelo sistema de auto-atendimento.
Pesquisa realizada pelo The Boston Consulting Group mostra que a taxa de crescimento anual das vendas pela Internet na América Latina é de 165,8%. Desse movimento, cerca de 88% ocorre no Brasil.
A Internet está mudando nossa forma de trabalhar, viver, divertir e aprender, enfim, está provocando grandes mudanças de comportamento. As pessoas estão saindo cada vez menos de casa. Por comodidade? Pela falta de segurança? Qualquer que seja o motivo, isso traz profundas mudanças sociais e culturais que acabam modelando o indivíduo. Estamos na época do delivery. Altera-se profundamente o relacionamento com o mercado, pois o comprador precisa ter mais confiança na empresa.
Atualmente, é interminável a relação de produtos que se pode comprar pela Internet. Vai desde uma simples compra em supermercado até automóveis, passando por perfumes, comida congelada, livros, obras de arte, etc.
Pode-se também aplicar na bolsa, comprar passagens, assinar revistas e jornais, procurar emprego, participar de leilões, inscrever-se em cursos e seminários.
Prestação de serviços de trânsito, previsão do tempo, condições de estradas, informações dos poderes executivos municipais, estaduais e federal, informações judiciais, tudo isso está se tornando comum. Podemos utilizar a Internet para a entrega da complicada declaração de imposto de renda. Tenho notícia de que até um sebo, instalado na cidade de Curitiba, está vendendo seus livros raros e usados via Internet, e que as vendas através desse meio já representam um terço do seu faturamento.
É óbvio que sempre haverá público para as empresas de comércio e prestação de serviços com estrutura convencional, mas, com certeza, elas ficarão atrás daquelas que já têm presença virtual. E esse mercado eletrônico deve esquentar com a chegada dos provedores de TV a cabo, e, futuramente, com a Internet 2, que deverá ter velocidade infinitamente maior que a atual.
O Sesc de São Paulo já tem um site na Internet http://www.sescsp.com.br
Antonio Moacir Mucilo é gerente de finanças do Sesc de São Paulo