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Bloco de notas
Os mineiros gostam de trabalhar em silêncio. Foi assim que surgiu o Pacto de Minas pela Educação, criado por entidades e grupos de voluntários, que iniciaram um "arrastão" em Belo Horizonte, procurando e matriculando crianças até então fora da escola. Hoje o grupo faz acompanhamento escolar e contribui efetivamente para tirar as crianças da rua, abrindo-lhes opções de vida em que possam desenvolver suas potencialidades. É o projeto Cidadãos para o Século XXI, que tem o apoio de inúmeras organizações, empresas e entidades do estado.
O movimento tem despertado ações também no interior do estado. As cidades de Joaíma e Monte Carmelo, por exemplo, expõem placas em praça pública anunciando o fim da evasão escolar. "Problema velho exige solução nova", diz o boletim "Cidadania & Educação", periódico que registra as conquistas do movimento.
Para o bem do país, esperamos que a iniciativa mineira faça muito barulho. Informações e contato: telefone (031) 337-9667, fax 292-3601.
Vida melhor para deficientes
"Quem cuidará de nossos filhos depois de nós?" Essa pergunta aflige inúmeros pais de crianças portadoras de deficiência. Em busca de respostas, existem organizações e pessoas que oferecem saídas. É o caso do Recanto Nossa Senhora de Lourdes, uma escola de educação especial que organizou em outubro uma videoconferência sobre reabilitação de deficientes.
Entre os temas levantados por especialistas mereceram destaque a necessidade educativa do adulto portador de deficiência, seus problemas psicológicos, neurológicos e físicos, e sua integração à sociedade. Foram apresentadas experiências e detalhes sobre serviços de atendimento no Brasil, Itália, Chile e Suíça.
Contato: telefones (011) 203-2397 e 6952-0197.
A vantagem do terceiro olho
A tecnologia a serviço da educação. É o que promete a empresa Taimin, que apresentou em uma feira de material escolar um microscópio com três oculares. O terceiro "olho" destina-se a uma câmara, que pode levar a imagem observada a um monitor de TV ou de computador. No caso do computador, os recursos são infinitos, pois uma placa especial permite aumentar a imagem, destacar detalhes de maior interesse e imprimi-los.
Com tecnologia alemã e produzido na China, o microscópio trinocular promete revolucionar o ensino. A Taimin garante que o preço é mais acessível que o de produtos similares existentes no mercado brasileiro.
Contato: telefone (011) 866-5600.
Dossiê da miséria
Angola, Ruanda e Zaire vivem situações internas de grande complexidade e miséria social econômica. Porém, por mais que sejam escritos tratados sobre a violação dos direitos humanos nas nações africanas, as fotografias que mostram esses universos de dor e desespero continuam a ter um impacto mobilizador inegável. É o que ocorre ao contemplar as oito fotos de Sebastião Salgado, o fotógrafo do momento, que abrem o "Dossiê direitos humanos" do número 30 da revista "Estudos Avançados" (472 páginas), publicação quadrimestral do Instituto de Estudos Avançados da USP.
As imagens de corpos abandonados em salas de aula ou sendo empilhados por tratores do exército servem como introdução aos oito ensaios seguintes, todos voltados para a reflexão sobre os direitos humanos. O jurista africano Etienne-Richard Mbaya, os docentes José Eduardo Faria e Celso Lafer, e os políticos Hélio Bicudo, Eduardo Suplicy e Christovam Buarque buscam, por exemplo, caminhos para tornar os direitos humanos uma realidade no mundo contemporâneo, destacando que a liberdade e o combate à pobreza precisam caminhar lado a lado para que se construa uma sociedade digna.
Tendo em vista a mobilização nacional em relação à proteção da dignidade de cada um de nós, é de grande interesse o percurso realizado por Paulo Sérgio Pinheiro e Paulo Neto sobre os primeiros 365 dias de existência do Programa Nacional de Direitos Humanos, pioneiro na América Latina e terceiro do gênero no mundo. Lançada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 13 de maio do ano passado, a iniciativa é detalhadamente avaliada.
A revista aborda ainda meio ambiente e desenvolvimento, o nacionalismo literário na América Latina e reflexões sobre o pensamento do sociólogo Florestan Fernandes. Merece também especial referência a coletânea de poesia americana moderna organizada pela professora Maria Clara Bonetti Paro, da Unesp de Araraquara.
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