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Em tempos de globalização, quando o capital e os empreendimentos desconhecem fronteiras, é animador ver São Paulo entronizada no principal centro de negócios do Mercosul.

Por trás das cifras milionárias que as feiras, eventos e convenções movimentam, existe uma infra-estrutura que garante cada viajante. Hotéis, restaurantes e atrações noturnas abrem as portas para os dólares do turismo.

O fluxo constante de pessoas buscando as oportunidades financeiras que São Paulo oferece é denominado turismo de negócios, prática traga divisas para a cidade. Os turistas vêm em busca do dinheiro e se servem da infra-estrutura paralela, como eventos culturais e boa comida.

O fato é que a cidade em si é pouco atraente: não há belezas naturais, nem arquitetura instigante. Os pontos de interesse histórico são negligenciados e as praças e parques, com algumas exceções, não satisfazem as necessidades de lazer. Nem o próprio paulistano vê São Paulo com bons olhos.

Numa simples enquete, é fácil perceber que a cidade tornou-se pouco aprazível. Deveria ser diferente. Descobrir a grande metrópole, seus segredos recônditos, sua história gloriosa é um exercício vigoroso de cidadania. Fazer de uma casa antiga, uma rua ou um largo um local íntimo e carregado de valor histórico implica desenvolver um sentimento de respeito do qual São Paulo carece. É isso que mostra a matéria de capa deste mês: programas que conduzem as pessoas a conhecer, ou melhor, a reconhecer a essência por trás da couraça de concreto. Temos que deslocar um pouco o eixo financeiro e reaprumá-lo num viés mais humano. Seja para conhecer um acontecimento eventual, como a Bienal das Artes Plásticas, seja para desviar a atenção do visitante (ou do próprio paulistano, principalmente) para detalhes que, apesar de expostos no cotidiano, costumam passar despercebidos como, por exemplo, os edifícios do centro antigo. Será apenas por meio do incremento da admiração do paulistano pela própria cidade que o espírito de cumplicidade florescerá.

Para provar que o caldeirão cultural de São Paulo é inextinguível, em dezembro, marcando o pré-lançamento da futura unidade do Sesc Santo Amaro, o evento Mundão reuniu 1500 atrações, durante 120 horas de shows, peças teatrais e performances do mundo inteiro, numa confluência cultural inédita. A nova unidade, instalada numa antiga garagem de ônibus, vem revigorar essa enorme região carente, ainda, de equipamentos de lazer. Na matéria O Mundão Invade Santo Amaro, leia a cobertura completa dos dez dias mais animados do ano.

Danilo Santos de Miranda
Diretor do Departamento Regional do SESC-SP