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Vivendo um mundo de mudanças
Rosângela Carvalho de Abreu
Fim da guerra fria, mercado comum, forte concorrência econômica, revisão do papel do Estado, Mercosul, mudança da economia industrial para uma economia de serviços, esses e outros tantos acontecimentos fazem parte de nossas vidas. Independentemente do profissional perceber tais mudanças de maneira positiva ou negativa, ele estará passando por uma fase de transição e, sem ela, a mudança não se concretiza.
Se tomarmos consciência dessa nova situação que vivemos, fica clara a mudança de visão na esfera de trabalho. O mundo dos negócios com o fim do emprego vitalício, da hierarquia à equipe pró-ativa, automatização, aumento do desenvolvimento de pequenos negócios, orientação ao atendimento ao cliente.
Para a manutenção da saúde organizacional, superação dos obstáculos, as empresas que pretendem tornar-se competitivas, passam a se preocupar com o desempenho baseado no conhecimento e na competência. Temos aí, uma questão importante de reflexão. A aquisição de credibilidade profissional se constrói em cima de desempenho e não de relacionamentos. As organizações modernas passam a exigir profissionais com desejo, talento, entusiasmo, energia, temperamento e capital sócio-profissional.
Dessa forma, profissionais que pretendam fazer carreira, no conceito moderno, devem estar atentos à questão da empregabilidade. Carreira no sentido do acúmulo do conhecimento, entendendo como espaços múltiplos e horizontais, com maior valor no conhecimento agregado e na performance, trabalho em equipe, polivalência e multiplicidade. No conceito tradicional temos, portanto, emprego, cargo e espaço restrito de funções. No conceito moderno, temos a empregabilidade, espaço horizontal e processo.
As pessoas devem ser mais importantes que os cargos, lembrando que os velhos vínculos estabeleciam questões como lealdade, no sentido de obediência X segurança, no sentido de garantia de emprego e os novos vínculos estabelecem relações de desafios contínuos X competência atualizada e transparência X compromisso.
Se por um lado as empresas modernas desejam de seus profissionais qualidades como adaptabilidade, flexibilidade, sensibilidade e rapidez, de outro profissionais competentes esperam de seus líderes integridade, competência, dinamismo, senso de direção, consequentemente, credibilidade.
Que o mundo já não é mais o mesmo, é claro que devíamos estar sabendo. Que as exigências são outras, não deveria ser novidade para ninguém. Que o trabalho faz parte de nossas vidas também não causa nenhuma estranheza. Que o profissional deve cuidar de sua carreira e não esperar que alguém ou alguma empresa assim o faça, também deve corresponder a sua atitude frente às novas exigências do mercado de trabalho. Dessa forma, lembre-se que você é o gestor de sua carreira, considerando-a como um patrimônio pessoal, investindo, não se escondendo, tendo sempre um projeto e, principalmente, acreditando que competência é um compromisso individual.
Se o momento é de transição para a concretização de mudanças, devemos pensar que a responsabilidade pela condução das organizações é parte integrante das nossas funções enquanto novo homem, assim como para recriar o trabalho enquanto oportunidade de realização plena e fonte de prazer.
O mundo mudou e só mudou porque as relações sociais, organizacionais, pessoais, familiares, econômicas, tecnológicas também mudaram. O homem deve, portanto, continuar seus esforços no sentido da busca do equilíbrio, quer para fazer parte desse novo contexto como para contribuir positivamente na concretização dos seus desejos individuais ou coletivos.
Rosângela Carvalho de Abreu é psicóloga e trabalha no recrutamento e seleção da área de Recursos Humanos do Sesc