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Somos um só
Os desafios da sociedade contemporânea trazem, consigo, a percepção de estarmos interconectados e, portanto, interdependentes. Algo que a filosofia já nos apontava com o conceito da alteridade. Do latim, alteritas, a concepção parte do pressuposto de que todo o ser humano social interage. A nossa identidade pessoal se constrói, deste modo, na relação com o outro e no reconhecimento e no respeito dessa singularidade de cada um. Trata-se de uma conexão que se dá, evidentemente, em diferentes graus e intensidades, em laços que nos unem e que nos mobilizam; às vezes, em escala planetária, a exemplo do que estamos vivendo há exatos dois anos, desde que a pandemia de Covid-19 foi decretada, trazendo consigo a urgência de ações solidárias.
A prática da alteridade nos leva também a mobilizações em escala regional, como mostram iniciativas nas cidades – e, em especial, nas periferias – para a valorização social e a geração de renda. São talentos que se somam para produzir e comercializar diferentes produtos e serviços, atendendo às necessidades do grupo e fazendo girar a economia, numa lógica de empreendedorismo cooperativo, social e solidário. Este é o tema de reportagem desta edição da Revista E, que fala da importância deste trabalho e mostra exemplos em São Paulo, que estarão, neste mês, em programações do Sesc, dentro do projeto Nós: criação, trabalho e cidadania. São ações que reafirmam que, no fundo, coexistimos no mesmo tempo e espaço, demarcando nossa própria identidade a partir da relação com o outro. Como nos ensina a sabedoria africana: Ubuntu! (que quer dizer “eu sou porque nós somos”).
Boa leitura!