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Tempos de Folhetim

 Ilustração: Eva Uviedo. Para o texto
Ilustração: Eva Uviedo. Para o texto "Incêndio", de Clara Averbuck

EXPERIMENTO LITERÁRIO CONVIDA ESCRITORES A CRIAREM
NARRATIVAS INÉDITAS DURANTE A PANDEMIA, ACOMPANHADAS
DE ILUSTRAÇÕES ORIGINAIS INSPIRADAS NESSAS HISTÓRIAS
 

Houve um tempo em que a literatura ocupava os jornais. Um tempo em que a arte ganhava as páginas dos periódicos, em que as narrativas em prosa e poesia se organizavam de forma ritmada e as leituras eram frequentes. Nas linhas publicadas, histórias marcadas por dramas cotidianos, terror e comédia, com finais nem sempre felizes. Tempos de folhetim.

Mas o tempo também pode ser agora, pois ele se reinventa e carrega a essência e a potência das narrativas que vieram antes, com a vivência e o pulsar de hoje, mas sempre com olhar para o futuro. A perspectiva de fazer com que o saber literário se faça presente no dia a dia inspirou o projeto Folhetim, criado pelo Sesc Pompeia [leia o depoimento Experiência literária em tempos de isolamento, a seguir]. Escritores brasileiros foram convidados a produzir textos inéditos, narrativas divididas em seis episódios e disponibilizadas semanalmente na internet, pela plataforma Medium.

Para além de uma viagem da escrita, o projeto traz ilustrações originais, pensadas para cada episódio e assinadas por artistas convidados. “Acredito que o projeto, de certa forma, é uma ligação entre a linguagem digital e os formatos clássicos dos antigos folhetins. É uma forma muito bacana de apresentar a profusão de estilos literários, escritores e ilustradores“, afirma o escritor Ricardo Terto, que realizou o experimento literário Coisas que viram fumaça.

Nas próximas páginas desta matéria Gráfica, é possível passear o olhar por algumas das ilustrações que deram traços e cores para cada uma das narrativas publicadas. Conheça: folhetimsescpompeia.medium.com.

 


Carol Itzá. Para o texto Peixe fora d’água com banzo, de Elizandra Souza
 

 

Experiência literária em tempos de isolamento

Por Soraya Idehama, programadora do Sesc Pompeia
 

 

Você já ouviu dizerem que leitura precisa de um lugar silencioso? Ou que escrever é um ato solitário? Nada mais pertinente do que usar o isolamento que a maioria das pessoas vivenciaram e propor a escritoras e escritores a criação literária em tempos de pandemia e às leitoras e leitores a experiência de uma leitura produzida com um curto intervalo entre sua criação e o momento em que será lida. E assim foi feito. Inspirado no movimento homônimo das narrativas literárias dos séculos 19 e 20, Folhetim foi criado com a vontade de experimentar. Experimentar novos suportes para leitura, uma escrita em tempos de isolamento imposto e muitas possíveis histórias.

A partir desse desafio, uma curadoria percorreu o maior número de caminhos possíveis, oferecendo diversidade de escritas, de escritoras e escritores, de estilos, de narrativas e de formatos. As únicas regras foram: quantidade de caracteres (pois há um limite da plataforma escolhida) e uma narrativa em seis capítulos, publicados semanalmente. Como resultado, histórias que poderiam ser contadas em forma de romance, novela, cordel.

Para complementar essa aventura literária de forma imagética, pedimos para que cada autora e autor indicasse um ilustrador. Isso porque apostamos na total liberdade de criação para que, na escrita ou na imagem, a provocação que a narrativa buscasse causar estivesse sempre alinhada com quem a tivesse criado.

São histórias que podem ser lidas por meio de palavras e imagens que trazem ao público o contato com os mais diversos estilos literários e criações nas artes visuais. Tivemos Ricardo Terto, Conceição Evaristo, Aline Bei, Luiz Ruffato, Elizandra Souza, Ferréz, Clara Averbuck, Daniel Galera, Jarid Arraes, Natália Borges Polesso, Fabio Kabral, Eliana Alves Cruz, André Vianco, e Sheyla Smanioto.

Em abril, teremos Daniel Munduruku e mais um monte de histórias bacanas para ler e apreciar em 2022. Sempre é tempo de Folhetim. E, toda semana, você poderá acompanhar um novo episódio dessa história.

 

Iléa Ferraz. Para o texto Um piano para Yá Dulcina, de Conceição Evaristo

 

 

Monique Malcher. Para o texto Sangue é coisa de mulher, de Jarid Arraes

 


Ianah Maia. Para o texto As crianças de Beirut, de Aline Bei
 

 

Nazura. Para o texto Retrato Frio, de André Vianco

 

Aline Zouvi. Para o texto Sonhos são fenômenos extraordinários!, de Natália Borges Polesso
 

 

Estevão Ribeiro. Para o texto A última Griote e os 25 Eternos, de Eliana Alves Cruz
 

 

Estevão Ribeiro. Para o texto A última Griote e os 25 Eternos, de Eliana Alves Cruz
 

 

Carol Itzá. Para o texto Peixe fora d’água com banzo, de Elizandra Souza

 

 

Rodrigo Cândido. Para o texto A caçadora estelar e o pássaro azul, de Fabio Kabral

 

 

Oga Mendonça. Para o texto Coisas que viram fumaça, de Ricardo Terto
 

 

Oga Mendonça. Para o texto Coisas que viram fumaça, de Ricardo Terto
 

 

Pedro Franz. Para o texto Mutantes, de Daniel Galera
 

 

Fábio Quill. Para o texto Condomínio pague para entrar, reze para sair, de Ferréz