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Pássaros de São Paulo

Pessoas passaram pelas ruas de São Paulo apressadas. Talvez não observem que no alto, nas copas das árvores, passarinhos repousam solenes ou passeiam de galho em galho. Bem-te-vi, cambacica, quero-quero e sabiá fazem de lá, entre o verde e o azul, outra cidade.

E você? Conhece os vizinhos alados que frequentam seu bairro? Seguem cinco espécies de aves, moradoras de longa data da capital, vistas e ouvidas em todas as regiões.
 

Sanhaço-cinzento
(Tangara sayaca)

Entre os sanhaços brasileiros essa é a espécie mais popular. Encontrada em toda a cidade, ela tem alguns locais como favoritos. Entre eles, os parques Santo Dias e Guarapiranga, na Zona Sul; Ibirapuera, na Zona Centro-Sul; e Villa-Lobos, na Zona Oeste. Vive em espaços verdes abertos, mas também revoa pela cidade. Gosta de se alimentar de frutos, folhas e insetos, como aleluias, capturadas em voo. Curiosidade: quando um macho se apronta para agredir outro, seu canto torna-se rouco.

 

Cambacica
(Coereba flaveola)

Espécie típica da Mata Atlântica, muito comum em jardins, parques, praças, bairros arborizados e áreas verdes. Ou seja, mesmo na cidade, ela foge para onde há verde e flores... Muitas flores. Como não consegue parar no ar, “pendura-se” para coletar alimento. Por isso, várias vezes ela é vista de ponta a cabeça, tomando néctar com seu bico curvo e pontiagudo.

 

Carcará
(Caracara plancus)

Parente distante dos falcões, esta é uma espécie perigosa. Está sempre pronta para dar o bote ao encontrar alimento – de animais vivos ou mortos até depósitos de lixo. Apesar de passar muito tempo no chão, graças às patas adaptadas à marcha, é excelente no voo e ao planar. Para se reproduzir, constrói um ninho com galhos, mas também pode tomar para si o ninho de outras aves.

 

Sabiá-laranjeira
(Turdus rufiventris)

Inconfundível por sua coloração ferrugínea-laranja no ventre, esta é uma das espécies mais comuns da cidade. Principalmente onde há disponibilidade de frutos. Afinal de contas, esses sabiás cospem os caroços, contribuindo para a disseminação espontânea de espécies vegetais. Mais reservados, vivem em pequenos grupos. Gostam de áreas urbanas arborizadas e, quando estão em espaços verdes, podem ser vistos com mais frequência no chão dos jardins.

 

Corruíra
(Troglodytes musculus)

Conhecida também como correte e garrincha, essa espécie caminha, ou melhor, saltita no chão como se voasse. Seus ninhos são construídos em todo tipo de cavidade e em qualquer lugar – já houve registro até mesmo em cabines de telefones públicos. De plumagem castanho-clara com a ponta das asas pardas, ela tem um canto melodioso. Não é à toa, pois é parente do uirapuru, considerada a ave brasileira de canto mais bonito.
 

Bem-te-vi
(Pitangus sulphuratus)

Podemos observá-lo em todos os parques e áreas verdes da cidade. Gosta mesmo é de descansar lá no alto, pousando em edifícios, postes e árvores. Mas cuidado, ele é de “poucos amigos” e até encara gaviões e urubus quando estes se aproximam de seu território. Como é insetívoro, faz o controle de insetos na cidade e é uma das aves mais bem adaptadas às áreas urbanas.

 

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