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Reunidas por Luís Bueno, as cerca de trezentas capas criadas por Santa Rosa são peças fundamentais para o conhecimento da história da editoração e do design gráfico no Brasil

Tomás Santa Rosa (1909-1956) dedicou-se a vários ofícios no campo das artes plásticas: executou pinturas e gravuras, criou capas, ilustrações e projetos gráficos para livros, revistas e jornais, elaborou cenários e figurinos para o teatro. A convivência com Portinari, com quem trabalhou e de quem se tornou amigo, permitiu que aperfeiçoasse o seu apurado senso estético. Com esse conhecimento, ele passou a assinar a coluna de crítica de arte no “Diário de Notícias” em 1945, herdando o posto do aclamado Di Cavalcanti.

O livro Capas de Santa Rosa, uma coedição entre as Edições Sesc São Paulo e a Ateliê Editorial, reúne parte importante das muitas realizações do artista: cerca de trezentas capas que estavam espalhadas em sebos, coleções particulares e bibliotecas. Para Luís Bueno, autor da obra, são peças fundamentais para o conhecimento da história da editoração e do design gráfico no Brasil. Elas permitem ao leitor acompanhar a transição das capas predominantemente tipográficas para as ilustradas, ajudam a compreender o processo de aprimoramento do campo editorial brasileiro e servem, em última análise, como uma rica fonte de pesquisa para futuros trabalhos sobre a história do livro e das artes visuais no país. 

A ideia da obra surgiu em 1999, quando Luís Bueno redigia sua tese de doutorado e leu vários romances brasileiros da década de 1930. Sua entrada no universo de Santa Rosa começou pelos textos dos livros para os quais ele criou capas. Para o autor, “é natural que neste livro o artista seja apresentado, sobretudo, como um leitor”. Bueno afirma ainda que: “Foi a partir dos textos que as capas começaram a chamar minha atenção para alguma coisa que está para além da beleza das ilustrações ou do equilíbrio da distribuição dos elementos que as compõem. É que nelas se percebe que o Santa Rosa é um artista de formação muito ampla”. Como esse material estava disperso, com o tempo se tornava cada vez mais inacessível. Nesse sentido, Bueno tentou reunir o maior número possível de capas desenhadas pelo artista: “Reuni-lo num volume é uma forma de preservá-lo – ainda que o contato direto com os livros seja importante – para que outras pessoas se animem a enfrentar a tarefa de avaliar a posição de Santa Rosa na cultura brasileira do século XX”.

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Veja também:

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:: Revista E | Livro mapeia produção de Tomás Santa Rosa, cujo trabalho se destaca em áreas como design editorial e cenografia para teatro

:: Trechos do livro