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Uma reserva estratégica

É uma informação que quase não circula e, por isso, poucas pessoas têm ciência de que no Brasil há 182 aquíferos, vários deles, inclusive, no nordeste. O maior deles, o Saga, ou Alter do Chão, integra um sistema hidrogeológico que abrange as bacias sedimentares do Acre, Solimões, Amazonas e Marajó, totalizando, aproximadamente, uma superfície de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Transfronteiriço, ele se estende aos vizinhos Peru, Colômbia, Equador e Bolívia, mas 67% do sistema fica em território brasileiro. O aquífero Guarani, por sua vez, o segundo maior, se esparrama desde a Argentina, passando pelo sul e sudeste do Brasil, e tem uma potencialidade que pode variar: enquanto algumas áreas são excelentes, em outras a água é inacessível, escassa ou não potável. A reportagem de capa, “Um Mar sob Nossos Pés”, faz um relato pormenorizado dessas duas grandes reservas subterrâneas de água.

Problemas Brasileiros trata nesta edição de outros assuntos de relevância, como, por exemplo, a série de ocupações que fogem do tradicional (“Serviços Inéditos, Profissões Inusitadas”), casos, entre outros, de pessoas que ganham a vida como consultores, orientando os clientes nas compras de roupas, calçados e acessórios; dos promotores de entretenimento; dos cuidadores de animais domésticos, e por aí vai. Ainda no campo das profissões a revista faz uma abordagem da ascensão da mulher aos cargos mais elevados da administração empresarial (“O Batom no Comando”), revelando que na China em torno de 50% dos postos de mando nas empresas são ocupados por mulheres, quase o dobro de dois anos atrás, e que no Brasil esse índice é de 24% (por volta de 14% dessa participação diz respeito à função de CEO).

Também mereceu atenção uma outra modalidade no campo da atividade humana, e por um preocupante motivo. De acordo com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, faltam motoristas no mercado, ao redor de 106 mil apenas no âmbito das transportadoras. O déficit médio desses profissionais equivaleria a 12,1% da frota das empresas, ou seja, 675 mil veículos. O número, entretanto, deve ser bem maior, já que não foi contabilizada nesta soma a falta de caminhoneiros em outros segmentos: afinal, muitas indústrias e estabelecimentos comerciais e agrícolas têm veículos próprios, que, adicionados aos autos dos transportadores autônomos, elevam a quantidade de caminhões em circulação no Brasil a 2,5 milhões de unidades. Boa leitura!

Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo 
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac