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Editorial

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Valores e Preconceitos.

Concordamos plenamente com quem disse que os preconceitos sociais são resultantes de uma cultura imposta às consciências e incorporada ao cotidiano das pessoas. Concordamos também que os meios de comunicação desempenham um papel importante na elaboração de todo esse processo mental e podem reforçar esses preconceitos ou impor ideias como simples produtos de mercado, tal a sua força de construção ou de destruição. Que o digam os ídolos que aparecem e desaparecem inexplicavelmente.

A imagem negativa da velhice é tão forte que, sem perceber, incorporamos esse preconceito com a maior naturalidade. Mas é preciso resgatar a verdade, fazer justiça e mostrar a realidade dos fatos. Não se pode generalizar, pintando todas as velhices com cores negras.

Alguns artigos desta edição apresentam os diversos mecanismos dos meios de comunicação e sua relação com a terceira idade, sua capacidade de formar a opinião pública a respeito da velhice e as perspectivas de uma mudança no tratamento dessa questão, a partir de uma abordagem menos preconceituosa.

A crença dos gerontólogos em valores esquecidos e desprezados e seu idealismo em resgatá-los e preservá-los, em momento algum deveriam conflitar com o objetivo da mídia, ou seja, a busca constante do “nunca visto”, do que é quantificado, do consumo e do “novo” sacralizado.

Em nossa opinião, o ideal seria que a inesgotável criatividade e o poder de sedução dos meios de comunicação, sem abdicar de seus objetivos, dessem mais atenção aos valores humanitários consagrados. Em outras palavras, além da busca do lucro, do poder e do prestígio, não caberia também à mídia lutar pela construção de uma sociedade igualitária, participativa, onde a solidariedade e o diálogo levassem as pessoas a realizarem seu potencial criativo? Talvez fosse esse um dos caminhos para se redescobrir o verdadeiro sentido da velhice.