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Construindo saberes

Diante do aumento da longevidade em todo o mundo, o campo da gerontologia social torna-se, cada vez mais, importante referência na produção de pesquisas desse fenômeno. Como campo interdisciplinar  uma vez que se remete, apoia-se e recorre às ciências consolidadas − é hoje importante referência na produção de conhecimento sobre o envelhecer das populações e dos indivíduos.

Quando a pesquisa Idosos no Brasil: Vivências, desafios e expectativas na 3ª idade - parceria entre o Sesc e a Fundação Perseu Abramo - foi divulgada,chamou a atenção por seu caráter singular, pela relevância e atualidadedos temas. As análises dos dados repercutiram no cenário nacionalde forma amplamente positiva.

Aquela investigação − a pesquisa de campo aconteceu em abril de 2006 − cobriu 204 municípios de todas as regiões do Brasil e, de maneira inédita,procurou sondar o imaginário dos jovens sobre o envelhecer. Já os velhos foram indagados sobre elementos que descrevessem aspectos de sua condição de vida, para além de um perfil sociodemográfico. Constatou-se que os idosos têm a televisão e, também, a conversa com outras pessoas em espaços de sociabilização como meios de informação. Metade dos idosos brasileiros tem o hábito de fazer caminhadas e outros, ainda, se dedicam a ginástica, passeios de bicicleta, entre outras atividades físicas. Nas últimas décadas a estimativa de vida dos brasileiros aumentou. Credita-se esse aumento da longevidade a avanços nos serviços de saneamento básico e no sistema de saúde, assim como a aspectos do cotidiano que colaboram diretamente na qualidade de vida dos velhos. Pensar o envelhecimento é pensar em um processo multidimensional que incorpora fatores biológicos, psicológicos, socioculturais e econômicos.

Essas considerações nos remetem aos artigos apresentados nesta edição, onde destacamos Qualidade de vida, estado nutricional e hábitos alimentares de idosos, que avalia a relação entre qualidade de vida e estado nutricional, acompanhado de considerações simples, porém muito importantes,como, por exemplo, a que sugere que a integração social atua de forma significativa na qualidade da alimentação dos idosos. A pesquisa relaciona a companhia à mesa como fator que pode modificar a ingestão de alimentos pelos idosos. Aspectos da capacidade funcional em idosas e Adiposidade, força muscular e capacidade funcional em mulheres abordam a prática da atividade física.

A representação da figura do idoso nos meios de comunicação é tema de O idoso nos meios comunicativos e Conhecendo um novo modelo habitacional para idosos de baixa renda traz as observações de duas pesquisadoras sobre um projeto de moradia para idosos de baixa renda em São Paulo. Revitalização do Espaço urbano e os impactos sobre as sociabilidades entre idosos na cidade examina os efeitos da revitalização urbana sobre a sociabilidade dos idosos em um bairro de João Pessoa e aponta para a importância da sensibilização de toda a comunidade para um adequado arranjo de condições que objetivem a viabilização de um longeviver pleno.

O Sesc São Paulo, por meio do Programa Trabalho Social com Idosos e da Revista A Terceira Idade, mantém a preocupação em dar visibilidade a questões sobre a velhice e o envelhecimento que estão na ordem do dia,ao estabelecer um diálogo do qual, esperamos todos, possam surgir propostas de valorização da pessoa idosa, contemplando a possibilidade de uma vida digna na velhice.

Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional