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"O Sesc/SP consolida parceria com o Senac/SP e com os departamentos nacionais das duas instituições e cria a STV (Rede SescSenac de Televisão). Conhecida no mercado de TVs por assinatura como um canal preocupado com a informação a serviço do conhecimento, a rede amplia sua programação, chegando a um público potencial de 26 milhões de telespectadores em todo o Brasil e apostando na marca "o canal da educação e da cidadania"

Há uma nova televisão no ar. É a Rede SescSenac de Televisão, constituída pelos Departamentos Regionais do Sesc e do Senac de São Paulo e pelos Departamentos Nacionais das mesmas entidades. Ela sucede a TV Senac, surgida em novembro de 1996, e primeira emissora privada de caráter educativo no Brasil.

O pontapé inicial da relação Sesc/Senac para a formação da STV ocorreu em setembro do ano passado, com o lançamento do programa semanal intitulado Instrumental Sesc Brasil, que leva para a TV, semanalmente, os shows realizados no palco do Sesc Paulista. Além deste, o programa Fragmentos, que revela manifestações culturais e artísticas realizadas por cidadãos anônimos da cidade de São Paulo, foi abraçado pelo Sesc em primeira instância.

"O Instrumental Sesc Brasil é o melhor programa para o segmento da música instrumental que temos hoje na televisão brasileira. E a STV está se firmando como a melhor opção de TV com caráter educativo e cultural no cabo", aponta Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc de São Paulo.

Mesmo antes do surgimento da STV, o Sesc/SP já participava da programação da então TV Senac. Alguns programas como o Deu Trampo (já extinto) contavam com o nome da entidade nos créditos de apoio cultural, bem como em sugestões de pauta e em outros programas. Atuava, também, na transmissão do programa Instrumental Sesc Paulista, hoje Instrumental Sesc Brasil.

A entrada dos Departamentos Nacionais de Sesc e Senac, ambos com sede no Rio de Janeiro, foi vital para constituir uma rede de expressão e alcance muito maiores, tanto pelo aporte de novos recursos como pela integração, no mesmo propósito, de todos as regiões brasileiras por eles representadas.

"As duas instituições pertencem à mesma confederação, portanto, unimos forças. Nossos interesses e objetivos são os mesmos: a formação dos cidadãos", esclarece Sandra Regina Cacetari, diretora-geral da STV.

"Os interesses das instituições são manifestos com uma TV cujo compromisso vai além do entretenimento. Não é uma emissora vinculada ao caráter comercial. Seus programas são de qualidade e apostam no avanço e na inovação", completa Danilo Santos de Miranda.

Uma programação diferenciada

Tanto prestígio não é à toa. A programação da STV difere muito do que os telespectadores brasileiros estão acostumados a consumir. É uma TV inteligente, sem ser sisuda. Tudo isso graças a uma programação que atinge desde o idoso até o adolescente.

De alcance nacional, tem uma programação cultural que incentiva a criatividade, privilegia o conhecimento e educa para a cidadania.
A programação diferenciada é a grande prova de seu caráter educativo, já que nasceu como uma emissora voltada para a qualidade de vida, o aperfeiçoamento profissional e o estímulo do exercício da cidadania. A grade de programação (24 horas no ar) prima por programas que apostam em caminhos de apoio a iniciativas sociais e valorização das manifestações artístico-culturais em todas as regiões do país.

A estratégia de programação é toda pensada a partir de pesquisas que revelam o que o telespectador espera da telinha. Para este ano, a STV já encomendou uma pesquisa qualitativa, cujo objetivo é trabalhar com diferentes grupos de telespectadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

"Com o telespectador apontando coisas novas, desenvolvemos nossas estratégias de programação, mudanças no visual e vinhetas", explica Robson Moreira, diretor de programação. E as mudanças sempre acontecem para melhor.
Transformada em STV, a emissora, que trabalha com três produtoras independentes de São Paulo (Franmi, Documenta e Video Inn), incrementou a grade de programação, lançando os programas inéditos Brasil Solidário, Programa de Palavra, Mundo da Arte e Trampolim (ver box na página ao lado).

Outros programas já consolidados desde a TV Senac, como o Documentário, o telejornal Perspectiva e o Reportagem continuam sendo veiculados e produzidos pela emissora. Robson Moreira orgulha-se ao apresentar os números e as novas perspectivas de trabalho. Segundo ele, não existe, hoje, no Brasil, quem invista mais em documentários que a STV. "Houve momentos em que produzimos sessenta por ano. Em 2000, fecharemos o ano com 26 documentários, incluindo as co-produções", explica.
Já que a TV não vende espaço para programas, as co-produções dão o respiro da grade para novos nomes e parceiros. No ano passado, a STV trabalhou juntamente com a produtora carioca Scriptorium e realizou três programas da série Profissão Cartunista, sobre a vida e obra do cartunista americano Will Eisner. Para este ano, a mesma produtora, mais uma vez com a STV, investe em mais dois documentários sobre o criador de Batman, Jerry Robinson, que entrarão no ar em setembro.

Público

Em março deste ano, a Central de Atendimento ao Telespectador da STV fez um levantamento e concluiu que seu público é formado 60% por mulheres, 31% têm entre 26 e 40 anos e 44% possuem curso superior. "Mas a STV não tem limites de idade, nem interesse em áreas específicas. Nosso propósito é proporcionar a formação do cidadão, promover a qualidade de vida", diz Robson Moreira.
Para o Sesc, o céu também é o limite. A instituição pretende abranger o maior número possível de pessoas, já que ninguém está longe do perfil de consumidor de arte, cultura, lazer, esporte e recreação. "A STV funciona como um poderosíssimo veículo para a criação artística, cultural e literária. Precisamos buscar o balanceamento da linguagem para atingir os dois públicos: do Senac e do Sesc, que podem parecer díspares, mas não são. Portanto, o respeito e a qualidade de vida compõem o ideário dessas instituições que pretendem, com a STV, atingir a mulher, o homem, o idoso, o jovem, a criança e o adolescente", afirma Danilo Santos de Miranda.

Educação à distância

De acordo com Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc de São Paulo, as duas instituições têm colocado a STV para ser veiculada em todas as unidades das instituições como um instrumento de educação e suporte para as atividades das entidades. "A televisão não é uma substituta do professor na sala de aula, mas tem um caráter de educação a distância." Com esse propósito, desde o início do ano passado, firmou-se uma parceria com a TV Escola, que hoje veicula a programação em estabelecimentos de ensino de todo o país. Moreira diz que a STV pode e deve ser usada na sala de aula, pois tem uma programação que aborda história, informação, cultura e complementa o trabalho do professor.

Para aumentar seu público, a STV investe, pela primeira vez em sua história, em uma vasta campanha de mídia. Desde junho deste ano, foram veiculados outdoors e cartazes em estações de trens e metrô, além de anúncios de página dupla em publicações como Veja, Superinteressante, Capricho, Meio & Mensagem e About. "Com a nova parceria decidimos fazer um reposicionamento da STV no que se refere à publicidade."

Tunel do tempo

A história da nova emissora é marcada por conquistas sucessivas, porém inusitadas. Em outubro de 1994, o Senac-SP realizou uma teleconferência sobre televisão, transmitida do auditório da Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações), em São Paulo para suas unidades operacionais. "O trabalho fez tanto sucesso que se pensou em levar via teleconferência a programação de TV fechada para as unidades do Senac/SP", explica Sandra. Em apenas dois anos, antenas e decodificadores (equipamento que recebe o sinal da TV via satélite) foram distribuídos para inúmeras unidades do Senac na capital e no interior. "Não tínhamos programação 24 horas, era uma televisão institucional fechada que foi crescendo", relembra Sandra.

Nessa primeira fase, a programação alcançava as unidades do Senac do Estado de São Paulo e apostava também no projeto de teleconferências - até hoje o Senac, por meio da STV, oferece esse serviço, ou seja, a transmissão ao vivo, via satélite, para todo o território nacional, de eventos como seminários e congressos. No entanto, naquela época não se imaginava que, muito além das teleconferências, o empreendimento ambicioso teria um crescimento tão grande.

Em 1997, a TV Senac fechou contrato com a Net de São Paulo, Rio e Brasília. Em pouco tempo, para dar conta de um público potencial de 26 milhões de pessoas, ela passou a ser vista em todo o território nacional por meio das redes de TV por assinatura via satélite (Sky, DirecTV e TecSat), cabo (Net) e também canais abertos VHF e UHF em algumas regiões do país. Agora com novos parceiros, muito maior e mais diversificada, a Rede SescSenac de Televisão é realmente algo novo no ar.

A TV que educa - Mais qualidade no ar

Os novos programas da STV atendem aos interesses dos mais variados públicos. Um bom exemplo da nova grade da emissora é o Brasil Solidário. A apresentadora, jornalista Maria Lins, recebe, ao vivo, convidados para refletir sobre questões relacionadas ao terceiro setor e os caminhos da sociedade na construção de um país melhor.
Já o Programa de Palavra tem como matéria-prima a língua portuguesa. Discute, esclarece e questiona a origem e os significados das palavras, assim como os erros gramaticais mais freqüentes.
O programa Mundo da Arte aborda manifestações artísticas (dança, música, artes plásticas e teatro) com uma linguagem arrojada, em um formato que lembra documentário (ele faz parte da série Mundos - Da Alimentação, Decoração e Ecologia) e entra reformulado, deixando de ter quinze minutos para ser veiculado com o dobro do tempo de duração.
Já o Trampolim, apresentado pelo jornalista Cadão Volpato, discute o mercado de trabalho para os jovens que estão prestes a decidir por uma profissão.