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Dossiê

Ricardo III
Em curta temporada, passou pelo palco do Teatro Sesc Anchieta a mais nova montagem do clássico shakespeariano Ricardo III, com a Odeon Companhia Teatral. A personagem central, interpretada por Jorge Emil, apanha o público por meio da palavra em verso.
A peça conta a história da Guerra das Rosas, e nessa montagem, dirigida por Yara Novaes, foram inseridos trechos de outras peças do escritor, como Henrique V e Macbeth.
"Na escola de teatro, eu fazia cenas e namorava a personagem. É um papel que todo ator gostaria de fazer porque se trata de interpretar um ator, nesse caso, um cara debochado e cínico, que representa o tempo todo. Tive de colocar o pior de mim para compô-lo", conta Jorge.

Educação espacial
No mês de outubro, o Sesc Santo Amaro realizou, dentro do Projeto Sociedade das Crianças, o Projeto Espacial 2000, cujo objetivo foi mostrar ao público o que é uma missão espacial e os avanços científicos conquistados.
Foram convidadas autoridades de diversos países, entre elas, astronautas, astrônomos e profissionais ligados à área. O doutor Tomifumi Godai, presidente da Federação Internacional de Aeronáutica, ressaltou que "as crianças enxergam por meio dos olhos dos astronautas a realidade distante que esses homens apreenderam. Isso é um estímulo para apostar na educação, afinal, o século 21 pertence às crianças".

Música e magia
Nos dias 7 e 8 de outubro, o teatro do Sesc Pompéia foi o cenário do espetáculo musical Palavra Cantada ao Vivo, de Sandra Peres e Paulo Tatit. "Nós procuramos explorar o universo infantil, não infantilóide", explica Sandra. "Trabalhar para crianças exige muita responsabilidade e carinho. As pessoas acham que é mais fácil, mas, na verdade, você está ajudando a formar um ser humano". "Falamos de coisas do interior da criança", completa Paulo. "É preciso chegar na intimidade da criança." Os músicos apresentaram músicas já conhecidas, como Boneca, e outras inéditas, como Pelé. Esse trabalho é resultado de uma pesquisa realizada em algumas regiões brasileiras que levantou o universo musical infantil.

Cenas de animação
Durante o mês passado, o Sesc Pinheiros promoveu, dentro do projeto permanente Segundas em Cena, o evento Teatro de Animação. Participaram seis grupos de São Paulo e de outros estados para apresentarem diversas técnicas dessa arte milenar. "Nosso principal objetivo foi mostrar que o teatro de animação não é uma coisa somente infantil, como pode parecer. Por isso, os grupos trouxeram também espetáculos adultos, de autores como Brecht e Becket", explica a técnica da unidade Marcia Marisa Ferrarezi. O público pôde conferir os mais variados estilos de animação em cena, desde o japonês bunraku, um dos mais antigos, no qual um único boneco é manipulado por três atores; até as mais conhecidas, como marionetes e fantoches.



A modelo
O evento Reflexos de Cenas do Sesc Consolação permite uma reflexão sobre a arte contemporânea, criando um espaço aberto para apresentações de grupos com trabalhos de pesquisa, valorizando a técnica work in progress, ou seja, a encenação de pequenos trechos de peças, seguida de discussão sobre o processo criativo, entre artistas, público e profissionais especializados. Em outubro, a atriz e autora Nora Prado apresentou A modelo, encenação que aborda o ponto de vista da modelo sobre o aprendizado do desenho. Trouxe também considerações sobre as artes plásticas, suas reflexões sobre o ofício da modelo e do desenhista, fazendo um contraponto com a própria vida.

Ingresso fácil
Agora é possível adquirir ingressos antecipados para os eventos que acontecem nos teatros, auditórios, choperia e CineSesc, por meio de um sistema integrado de vendas funcionando nas bilheterias das unidades do Sesc Vila Mariana, Pompéia, Consolação, Santo Amaro, Ipiranga e CineSesc.

Sobre reciclagem
O Sesc Itaquera realizou o seminário Meio Ambiente, Economia e Ação Social. Uma parceria entre o Sesc e o Fórum para o Desenvolvimento da Zona Leste. "O objetivo é gerar renda e emprego", explica a presidente do fórum, Ana Maria Altenfelder. Durante o seminário, foi criado o programa Coleta Seletiva: Zona Leste Faz!, formado por comitês de representantes da indústria, do comércio e da sociedade civil.

Caminho do ensino
Em palestra no Sesc Santos, a arte-educadora Ana Mae Barbosa debateu com o público presente a situação do ensino no Brasil. "Não sou apocalíptica, mas acredito que os caminhos traçados para a educação no país estão equivocados. Estamos nos deixando colonizar. Os parâmetros curriculares nacionais não atentam para as diversidades e tolhem a iniciativa dos professores em preparar a própria aula. No entanto, há exemplos positivos por parte de algumas ONGs. E o mais importante é que todos utilizam a arte como meio pedagógico.

Nação das crianças
Formada por setenta músicos entre 3 e 13 anos, o Maracatu Nação Erê esteve por duas vezes este mês no Sesc Pompéia comemorando o dia das crianças. Fundado em 1993, o projeto é uma iniciativa dos educadores do Centro de Educação Popular Maílde (Cepoma), da Comunidade de Brasília Teimosa de Recife, preocupados em resgatar a memória da música pernambucana. Através do maracatu, uma das mais significativas manifestações musicais da cultura popular brasileira, as crianças apresentaram canções próprias e encenaram, por meio de dança e música, as festas de coroação dos reis negros.

 

Música que grita
Criada em 1996 por Flávio Pimenta, a associação Meninos do Morumbi possui hoje mais de oitocentas crianças e adolescentes da cidade de São Paulo, sendo a maioria habitante de bairros carentes da cidade. A vivência musical atenua a possibilidade do contato com drogas drogas e a delinqüência juvenil. "Eu vi na criação desse projeto a possibilidade de oferecer algo concreto às crianças. Não se trata de uma obra assistencialista ou filantrópica. Hoje, o projeto oferece aulas de esportes, artes e até mecânica, e, além disso, a criança é obrigada a ir à escola", conta Flávio Pimenta.

Brinquedos e Geringonças
Como parte dos eventos ligados ao Dia das Crianças, estreou em outubro a montagem do projeto Brinquedos e Geringonças, no Sesc Interlagos. O objetivo é fazer um resgate da arte popular do brinquedo e da manifestação cultural do brincar. A exposição ficará em cartaz até março de 2001. "A restauração é fascinante, pois o universo é todo baseado no estético do seu Molina, este grande artesão que durante anos atuou no Sesc. Foi o primeiro ano que fizemos a instalação sem ele, então houve uma grande responsabilidade para restaurar a parte estética", conta a autora do projeto cenográfico, Beatriz Vidal. Durante o evento, haverá uma programação composta por brincadeiras e jogos populares.

O nascimento do livro
Na oficina de confecção de livros ilustrados, ministrada pela escritora Mônica Papescu no mês passado no Sesc Pompéia, o público infantil pôde ter acesso a todas as etapas de produção de um livro - da idéia inicial à impressão -, por meio de uma miniexposição sobre o processo de realização do livro O rapto das flores cantantes. "Minha intenção foi familiarizar as crianças com o livro. Mostrar que atrás daquele exemplar que se compra na livraria existe um trabalho imenso. Em suma, essa oficina quis desenvolver o espírito imaginativo das crianças, mostrar que o livro tem vida e que ele pode ser uma alternativa ao computador e à televisão, que são instrumentos de informação fácil."

 

Jovens a mil
Pensando no público adolescente, o Sesc Vila Mariana desenvolve o projeto Agito Jovem, que reúne uma programação variada na área esportivo-cultural. Dentre as alternativas disponíveis, como a capoeira (foto), está em curso a oficina de jogos teatrais, que trabalha no texto A farsa da boa preguiça, de Ariano Suassuna. A atriz Helena Albergaria, coordenadora do evento, explica que "o teatro é uma possibilidade para os adolescentes se expressarem. As dinâmicas melhoram muito a capacidade de comunicação, além de ser um espaço precioso para debater temas que os afligem. Na oficina, eles se sentem donos do que estão fazendo e o resultado é gratificante".

Educação em pauta
Em realização conjunta com a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e a Natura Cosméticos, ocorreu no Sesc Vila Mariana o 4º Seminário do Programa Crer para Ver, cujo objetivo foi contribuir para a melhoria do ensino público e estimular o diálogo entre sociedade civil e poder público. Participante da mesa de abertura, Hélio Haddad, presidente da Fundação Abrinq, ressaltou que ""a educação é concebida como um processo facilitador da integração individual e social. Instrumento privilegiado para o processo de transformação social, a educação se apresenta, para milhões de brasileiros, como uma das poucas possibilidades de mobilidade social, de redução da desigualdade e erradicação da exclusão social à qual estão submetidos crianças e jovens".

Uma boa idéia
De 7 a 15 de outubro, a unidade campestre de Itaquera promoveu a 1ª Feira de Produtos Ecológicos e Reciclados de São Paulo e a Mostra Viver Ecológico em São Paulo, organizadas pelo IDHEA (Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica). Foram expostos produtos feitos a partir da reciclagem de metais, plástico, acrílico, vidro e matéria orgânica. Márcio Araújo, um dos coordenadores, explica que o objetivo de eventos como esse é "a difusão de técnicas sustentáveis para a vida moderna". É o que se chama de "cultura ecológica do cotidiano". "Causar o menor impacto possível sobre o meio ambiente", explica.