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Estádio do Pacaembu

foto: Arquivo SEME
foto: Arquivo SEME

Estádio do Pacaembu


De terras alagadas...

Inaugurado em 27 de abril de 1940, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho foi construído numa região em que os índios batizaram de Pacaembu – termo que em tupi-guarani significa “terras alagadas”. Daí vem o nome pelo qual o local é mais conhecido: Estádio do Pacaembu. Desbravado pelos jesuítas no século 18, o terreno de 50 mil metros quadrados foi adquirido pela empresa City of São Paulo & Freehold Limited, em 1911 – quando surgiu o então chamado Bairro Jardins e a Avenida Pacaembu. Em 1926, a organização doa o lote à prefeitura da cidade.




...a complexo esportivo

A construção do estádio era sonho da classe esportiva da época e também de alguns artistas e intelectuais, como o escritor Mário de Andrade – foi ele quem sugeriu a criação de um equipamento que pudesse receber atividades esportivas, eventos culturais e apresentações musicais. A ideia foi aprovada pelo prefeito Fábio da Silva Prado em 1936, e quatro anos depois, o originalmente chamado Estádio Municipal Pacaembu – a homenagem a Paulo Machado de Carvalho data de 1961 – iniciava suas atividades. A cerimônia de inauguração teve direito a pira olímpica, revoada de cinco mil pombos e presença do presidente Getúlio Vargas.




Bola na rede
O primeiro grande evento esportivo a acontecer no estádio foi a Copa do Mundo de 1950, que teve seis partidas disputadas em seu gramado: Brasil 2x2 Suíça, Suécia 3x2 Itália, Itália 2x0 Paraguai, Uruguai 2x2 Espanha, Uruguai 3x2 Suécia e Suécia 3x1 Espanha. Na década seguinte, em 1963, entra para a história do Pacaembu a realização dos Jogos Pan-Americanos – com competições de atletismo, saltos ornamentais, natação e boxe. Já em 1972, a final do Campeonato Paulista de Futebol seria decidida também no Estádio Paulo Machado de Carvalho. São Paulo e Palmeiras ficaram no 0x0 e o título foi para o time alviverde.



Palco do rock
Mas assim como sonhara Mário de Andrade, atividades culturais – mais especificamente shows de música – também tiveram um dos grandes cartões-postais da cidade como palco. O primeiro concerto foi da norte--americana Tina Turner, em 1988. A década de 1990 viria para consolidar essa vocação do estádio. Entre outras apresentações, destacam-se a do tenor italiano Luciano Pavarotti em 1991, do antigo festival Hollywood Rock em 1992, do também extinto Free Jazz Festival em 1993, e do ex-beatle Paul McCartney em 1995. Os eventos musicais passaram a ser proibidos em 2004.




São Paulo da garoa
O apelido dado à cidade – e que às novas gerações tornou-se difícil explicar – ainda definia bem a capital durante a década de 1940, quando o estádio foi inaugurado. Durante o inverno, uma chuvinha rala, mas persistente, fazia do paulistano uma figura um tanto sisuda, de chapéu, sobretudo e guarda-chuva. A Segunda Guerra Mundial, embora estivesse distante do país, fazia-se “presente” na escassez de gasolina. Um dos passatempos dos paulistanos, então, era apreciar a dança dos holofotes instalados no topo do Edifício Martinelli, o mais alto da cidade.  Na mesma época, as linhas de bonde marcavam o chão com sua trama de itinerários. A rua Xavier de Toledo e as imediações do Edifício Matarazzo (hoje sede da prefeitura) eram dois dos pontos de convergência das linhas.



Reformas
O secretário municipal de esporte, Celso Jatene, anunciou, em junho, a concessão do Estádio do Pacaembu à iniciativa privada por um prazo de até 30 anos. O acordo prevê um investimento de R$ 350 milhões a serem destinados à reforma do complexo. Essa, porém, não é a primeira vez que o estádio passa por uma “repaginada”. Seu histórico de revitalização tem início no ano de 1969 – faz paradas em 1983 (para no ano seguinte ser reaberto em comemoração aos seus 44 anos), em 2004 (quando o estádio passou a abrigar uma nova quadra poliesportiva apta ao basquete, futsal, handebol, vôlei e ginástica) e em 2007.

 

Fonte: Sites São Paulo Minha Cidade (www.saopaulominhacidade) e Prefeitura da Cidade de São Paulo (www.prefeitura.sp.gov.br)