Sesc SP

Matérias da edição

Postado em

Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte

Bicentenária, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, situada no centro histórico de São Paulo, não alude unicamente à passagem das almas desta para uma melhor, conforme ditado. Na verdade, a referência é bem mais celebrativa – ao menos para os católicos: está ligada à assunção da Virgem Maria, mãe de Jesus, levada aos céus pelo filho depois de sua morte.

No aspecto histórico, o templo testemunhou muitos eventos ocorridos na cidade – abrigou fiéis ainda antes da proclamação da Independência, por dom Pedro I, em 1822. Há relatos de que por sua porta passaram muitos condenados à pena capital e que ali paravam para uma última prece – e nesse caso, sim –, pedindo por uma morte tranquila. 

Mas tantos anos e tantas histórias deixam marcas e, com o passar das muitas décadas, a igreja viu-se próxima de simplesmente deixar de existir. Até que, em 2006, teve início um processo de restauração que durou três anos. Foram R$ 6,5 milhões, conseguidos graças à Lei Rouanet, de incentivo a cultura, por meio do Ministério da Cultura e do governo do estado de São Paulo.

Com a reforma, o prédio foi restituído ao seu original barroco colonial paulista. Também imagens, peças de arte e móveis foram recuperados. Além de uma surpresa: a descoberta, no teto, sobre o altar, de uma pintura sobre a madeira – antes coberta por uma camada de tinta –, que retrata a cena de Maria sendo elevada ao céu por Jesus e coroada pela Santíssima Trindade.



VISTAS CONTEMPORÂNEAS

Exposições especiais no Museu Afro Brasil

Ficam em cartaz durante o mês de janeiro duas mostras especiais montadas pelo Museu Afro Brasil. A primeira, Guernica Esteve Aqui, tem curadoria do artista plástico Emanoel Araujo, idealizador e diretor da casa, e apresenta uma releitura de uma das mais importantes obras do século 20, o painel Guernica, do pintor espanhol Pablo Picasso. A obra original já foi exposta no Brasil, em 1953, na II Bienal de São Paulo. A homenagem é assinada por Fernando Ribeiro.

A segunda reúne objetos e documentos que remontam ao IV Centenário de São Paulo, comemorado em 1954. A exposição A História do Parque foi criada para comemorar o aniversário de 56 anos do Parque do Ibirapuera, onde se localiza o museu. O parque foi entregue à cidade como presente por seus 400 anos. Na exposição os visitantes podem ver publicações comemorativas das revistas O Cruzeiro e Manchete, álbuns de figurinhas, coleções de lenços de seda estampados com imagens de São Paulo, porcelanas com imagens da comemoração dos 400 anos e o Álbum do IV Centenário da Fundação de São Paulo. Um volume com ilustrações coloridas e fotos em preto e branco, presente da colônia japonesa à cidade.

Além dos eventos especiais, a instituição de caráter artístico, histórico e etnográfico conserva um acervo de aproximadamente quatro mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século 15 e os dias de hoje.
O Museu Afro Brasil fica no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, no Parque do Ibirapuera, com entrada pelo portão dez. O horário de visitação é de terça a domingo, das 10h às 17h. A entrada é gratuita. Para mais informações: (11) 3320 8900 e www.museuafrobrasil.org.br