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Geração 00 – A Nova Fotografia Brasileira, em cartaz no Sesc Belenzinho até 12 de junho, traz um amplo panorama da produção contemporânea realizada entre 2001 e 2010. A mostra é dividida em dois módulos – Limites e Metalinguagem e Documental Imaginário / Novo Fotojornalismo. Mais do que discutir os rumos da fotografia brasileira, a curadoria de Eder Chiodetto se propõe a lançar questões sobre a verdadeira natureza da foto: seria capaz de dissimular mais do que revelar?

O esgotamento da discussão do falseamento da imagem, principalmente após o uso massivo da tecnologia, abriu o campo de possibilidades para a seleção das 170 obras expostas. “A massificação do uso da fotografia, somada ao desaparecimento da película, sobretudo no uso amador, levou o grande público a perceber o quanto ela é uma linguagem manipulável”, diz Chiodetto. Na visão do curador, esse novo estado das coisas deu uma grande liberdade para que artistas transitassem entre o mundo visível e o universo lúdico.

Até mesmo o fotojornalismo, que se utilizava do factual, nesses tempos adquiriu autonomia para criar novas proposições. “Os fotógrafos profissionais devem ir atrás de histórias mais complexas, realizar documentários que revelem bastidores, tragam à tona aquilo que normalmente não vemos”, revela. A escolha dos 52 artistas se deu pela radicalidade de tais obras, sem esquecer que essa nova geração não rompe com o passado, e sim está atenta ao que foi produzido até então.

“A fotografia contemporânea brasileira é uma retomada do experimentalismo e extremamente importante para nossa história que foi a produção do Geraldo de Barros [1923-1998]”, afirma Chiodetto. E que teve desdobramentos importantes como o trabalho de Miguel Rio Branco, Rosângela Rennó e a homenageada da exposição, Claudia Andujar. “Esse é um legado importantíssimo, o nascedouro desta nova geração”, completa. A seguir, confira alguns destaques.