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O risco dos erros irreparáveis
O tema de capa desta edição deveria ser instigante o suficiente para nos levar a uma reavaliação cuidadosa do caminho que estamos trilhando. Já não há dúvida de que, em seu processo de produção de riquezas, o ser humano cometeu equívocos no trato com a natureza. Temos agora, no entanto, conhecimento e, mais importante, capacidade para evitar que antigos erros se repitam. A divulgação, feita no ano passado pelo Ministério do Meio Ambiente, da lista oficial das espécies em risco de extinção serve também de alerta para os impactos que podem advir do desaparecimento de qualquer organismo, por menor que seja.
Em sua relação com o meio ambiente, aliás, o homem se defronta com uma situação complexa, cheia de desafios, entre os quais se destaca o de conciliar produtividade e preservação.
É o que acontece no município paulista de São Luiz do Paraitinga, onde extensos cultivos de eucalipto motivaram uma ação na Justiça que envolve a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e duas grandes empresas do setor de reflorestamento comercial. Uma matéria deste número apresenta esse caso, que conjuga aspectos econômicos, sociais, ambientais e até culturais.
Outra reportagem que merece atenção enfoca um assunto que afeta toda a sociedade: o sistema prisional brasileiro. O próprio presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, reconhece a gravidade da situação reinante em praticamente todos os presídios do país, afirmando, inclusive, que um terço dos presos encontra-se encarcerado indevidamente.
Ao lado da superlotação, irregularidades como maus-tratos, omissão de autoridades e desrespeito à legislação e aos direitos humanos são fatos corriqueiros nas prisões. Espera-se que, na 1a Conferência Nacional de Segurança Pública, marcada para agosto, algumas medidas sejam tomadas para tornar esse quadro menos dramático.
No encarte desta edição, uma palestra do economista Yoshiaki Nakano pode ajudar os leigos a entender o que fez surgir a atual crise econômica mundial e o que está sendo feito para combater seus efeitos.
Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac