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Museu do Ipiranga em Festa chega à terceira edição com dezenas de atividades no Parque Independência
No dia 07 de setembro o Sesc Ipiranga e o Museu Paulista comemoram o feriado de Independência com a 3ª edição do Museu do Ipiranga em Festa. São 10 horas de programação ininterruptas, com dezenas de atividades artísticas e culturais, que apresentam um mosaico da diversa produção artística brasileira. Apresentações de circo, intervenções, performances e cortejos integram a rede de atividades que também traz visitas educativas e dois concertos com a Orquestra Jazz Sinfônica e a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP) com o CORALUSP.
A programação valoriza a diversidade cultural do país por meio da presença de grupos que celebram a cultura popular e de artistas que tratam de temas da atualidade, como a representatividade feminina da periferia. O evento celebra também um importante marco no processo de renovação do Museu, com o anúncio da construtora ganhadora da concorrência para as obras, que terão início ainda esse ano.
Programação apresenta múltiplas vozes do Brasil
Totalmente gratuita e para pessoas de todas as idades, a programação do Museu do Ipiranga em Festa começa a partir das 10h da manhã. As atividades acontecem em diversos pontos do complexo do Parque Independência, que compreende o Museu do Ipiranga, a Casa do Grito, a Praça Cívica, o Monumento à Independência, o Jardim e o Riacho do Ipiranga. A ação procura estimular o público a ocupar e se apropriar deste espaço de grande valor histórico e cultural para o país.
Dentre os destaques da programação estão os passeios guiados. As saídas convidam o público, a partir das 10h da manhã, a conhecer a história do Museu do Ipiranga e do Parque da Independência por meio de quatro percursos acompanhados por educadores. A Lavagem com Flores e Perfumes, que acontece às 13h, é conduzida por Nega Duda, que reúne sambadeiras e percussionistas entoando cantigas e derramando perfume e flores nas escadarias da praça cívica.
Lavagem com Flores e Perfumes - Aline Capobianco
Para o público infantil, o espetáculo História do Brasil aborda os principais acontecimentos históricos do país, desde a chegada de Pedro Álvares Cabral até os dias atuais, de forma lúdica e musical. Destaca-se também a Ciranda de Lia de Itamaracá, a partir das 16h30, que assim como acontece nas praias de Itamaracá, convida o público a entrar no ritmo das ondas do mar em uma manifestação coletiva, um cirandar que abraça o símbolo histórico de São Paulo.
Às 14h30, o público é convidado para a Orquestra Jazz Sinfônica, que faz um concerto em homenagem a João Gilberto apresentando arranjos de canções que fizeram parte da carreira do artista. Mantendo a tradição, a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP) com o CORALUSP, sob a regência do maestro Roberto Tibiriça, encerra os festejos, às 18h30. No repertório, além do Hino Nacional Brasileiro e do Hino à Independência, obras dos compositores brasileiros Heitor Villa-Lobos e Carlos Gomes.
Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP) com o CORALUSP - Patricia Ribeiro
Cultura popular e acessibilidade em cortejos e intervenções
Durante todo o dia, o público poderá acompanhar ainda diversas intervenções, cortejos populares e ações com recursos de acessibilidade.
Desde o início do evento, às 10h, a Festa traz a apresentação da Malgranda Cirko, da Cia. Suno e o cortejo de maracatu com o grupo Maracatu Mulher. A intervenção Passeio Brincante para crianças e a caminhada para reconhecimento da vegetação do parque com tradução em Libras unem o público nos jardins do Museu.
Às 11h, acontece Flor de Aroeira, com o grupo tambor de crioula e o show Sapatos Brancos, de Luis Ferron, que traz elementos das tradicionais performances de mestres-salas e porta-bandeiras nas escolas de samba.
Sapatos Brancos - Divulgação
A partir das 14h30, apresentações de Jongo, com o grupo Mistura da Raça, e Congada com o grupo Santa Efigênia animam os presentes. Às 15h, acontece a intervenção Escola de Libras, com o grupo Corposinalizante, e a sambada A Carne do Coco, com o grupo Babado de Chita.
Ao final da tarde, às 16h30, tem início a batalha de rima Brasirimas, desafio no qual os rimadores batalham com temas ligados ao Museu do Ipiranga e ao dia 7 de setembro. Às 17h30, a tradicional Charanga do França reúne o público num cortejo festivo que leva todos para a Praça do Monumento, onde acontece apresentação da OSUSP com o CORALUSP para finalizar as comemorações desta edição do Museu do Ipiranga em Festa.
A Espetacular Charanga do França - Divulgação
Instituições unidas para promover arte, cultura, patrimônio e memória
Desde 2017, o Sesc Ipiranga e o Museu Paulista vêm desenvolvendo ações conjuntas com o objetivo de chamar a atenção da sociedade civil para o Museu do Ipiranga. As ações realizadas nesse período, além de ativar os espaços do Museu e contribuir para a reflexão sobre o apagamento de grupos e narrativas pela história hegemônica, também permitiram expandir ações para além dos muros institucionais unindo diferentes conhecimentos e experiências para promover arte, cultura, patrimônio e memória.
Para Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, a terceira edição do Museu do Ipiranga em Festa é mais uma oportunidade de fortalecer a parceria entre Sesc e USP. “Apresentar essa intensa programação, que contempla a pluralidade de vozes e a diversidade cultural do país, no Parque Independência, cuja importância simbólica reflete no imaginário dos brasileiros, reafirma o nosso compromisso de envolver a comunidade na vida da cidade, incentivando a ocupação dos espaços públicos e promovendo cidadania”.
O Reitor da USP, Vahan Agopyan, comemora mais um ano dessa parceria, que tem se consolidado como uma importante ferramenta da interação da Universidade com a sociedade. “USP e Sesc se unem, mais uma vez, para levar à população de São Paulo uma programação de qualidade e celebrar mais uma etapa no processo de reconstrução do nosso Museu”, destaca.
Sobre o Museu Paulista e o restauro
O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.
“Com a parceria com o Governo do Estado e com as empresas patrocinadoras do projeto, estamos empenhados em devolver para a visitação pública uma parte da história brasileira, a memória viva de nosso país. Devolveremos à sociedade um novo museu, dinâmico, moderno e acessível”, afirma o reitor da USP, Vahan Agopyan.
O tempo provocou desgastes naturais na edificação resultando em laudos diagnósticos que impeliram à decisão de fechá-lo para visitação pública em agosto de 2013, quando se iniciou o desenvolvimento de um projeto para sua renovação integral. Na primeira edição do Museu do Ipiranga em Festa, em 2017, a USP lançou o concurso arquitetônico para o projeto de restauração e renovação do Edifício-Monumento, concluindo recentemente o projeto executivo que dará início às intervenções físicas no local.
No próximo dia 7 de setembro, durante a 3ª edição do Museu do Ipiranga em Festa, a Universidade de São Paulo fará o anúncio da construtora vencedora e a assinatura do contrato que celebra um importante marco no processo de renovação do local e consolida a conclusão das etapas de planejamento.