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Entrevista com Rosana Paulino
CPF: Em que momento de sua trajetória de vida você inicia o contato com o universo das artes? Você destaca algumas experiências que marcaram esse processo?
Rosana Paulino: Creio que desde criança estou envolvida com esse universo, pois sempre fui envolvida com criação. Penso a arte não somente dentro daquela realidade institucional, dos artefatos que estão nos museus e centros culturais, mas, sobretudo, do ponto de vista da criação. Neste sentido, fomos estimuladas, eu e minhas irmãs, a criar brinquedos, peças de barro, a fazer as roupas das bonecas. A criação sempre foi muito presente e, sem dúvida, me estimulou a produzir imagens e objetos. Do ponto de vista mais tradicional, que liga a arte a determinados espaços, na adolescência começo a frequentar, por iniciativa própria, museus como
o MASP, a Pinacoteca do Estado e o Museu de Arte Sacra. Mas, sem dúvida, o ponto marcante foi em casa, com a família, fazendo pequenos objetos de barro, tartarugas, animaizinhos, pondo no sol para secar e depois colorindo. Além disso, frequentei um espaço chamado Tijolinho, um projeto social onde tínhamos reforço escolar, educação física e artesanato. O artesanato ajudou um pouco a suprir a necessidade de arte quando era criança.
CPF: Quais são os espaços, de estudo e/ou sociabilidade, que contribuíram diretamente para a sua formação enquanto artista?
Rosana Paulino: Sem dúvida o principal espaço foi o da universidade. Fiz ECA/ USP e tive a sorte de estudar em um momento muito especial da faculdade, onde tínhamos vários artistas/professores. Em relação a outros espaços, não tive muitas oportunidades, pois, como nasci e fui criada na periferia, não tínhamos tantos movimentos culturais, coletivos, saraus etc. como temos hoje (…)
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