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Por uma Educação para o Envelhecimento
Uma parcela dos especialistas considera que o envelhecimento humano tem início em nosso próprio nascimento. Outra entende que há um certo exagero nessa idéia, preferindo pensar que as primeiras décadas de crescimento e desenvolvimento não comportam indícios de declínio biológico. Para estes, o envelhecimento começa mais tarde, a partir dos trinta ou quarenta anos de idade quando ma complexa gama de sinalizações físicas, psicológicas e sociais indicam mais claramente o passar do tempo. O importante, porém, é que todos concordam que o envelhecimento torna-se presente, ainda que de modo mais perceptível para uns e menos para outros, muitos anos antes da entrada oficial na velhice ou Terceira Idade, por volta dos 60 anos. Outro ponto de concordância entre os estudiosos do assunto, e isso é o que mais nos interessa aqui, é que a educação para o envelhecimento deve ser amplamente dirigida a todas as gerações que precedem essa fase da vida. Nesta edição, destacamos o artigo Questões do envelhecimento e suas relações com o processo de ensino-aprendizagem em que a autora, Rita de Cássia Stano, ressalta o quanto preconceitos e estereótipos impostos aos velhos determinam sérias limitações a um efetivo processo educacional voltado a essa faixa etária. As diferentes experiências realizadas pelo SESC junto a idosos, ao longo de mais de 40 anos, têm mostrado a importância de se reforçar as relações estabelecidas nestes processos, que implicam o respeito à história dos indivíduos, a valorização do cotidiano, o acolhimento. Supõem, também, novas posturas dosprofissionais, que precisam repensar o sentido de suas próprias vidas e de sua ação. É um aprendizado de mão dupla, onde todos os envolvidos se dispõem a incorporar novos valores e estabelecer novas relações. Além do trabalho realizado por técnicos de diferentes áreas do SESC, especificamente com idosos, é possível reforçar, também, os bons resultados que a instituição vem obtendo em experiências de integração entre crianças idosos, ou adolescentes e idosos. Assim, a formação de idosos críticos e cônscios de seus direitos e deveres de cidadãos, depende, em grande parte, da edificação de uma cultura que os inclua no cotidiano de todas as gerações. Nas pautas de reivindicações para a melhoria da qualidade de vida de todos e especificamente da Terceira Idade, não pode faltar o item relativo à sensibilização da comunidade para um adequado arranjo de condições que objetivem a viabilização de uma senescência vivida com vigor e dignidade.