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Releituras de Shakespeare

Depois de quase quatro séculos de sua morte, o dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) continua com suas obras ecoando pelos quatro cantos do mundo. Com cerca de 40 peças escritas, é o autor mais encenado do planeta. Por sua atualidade e apelo popular, tem trabalhos que ganharam as telas de cinema e plateias de todas as idades.

A tragédia Romeu e Julieta, por exemplo, tornou-se um sucesso de Hollywood protagonizado pelo ator Leonardo DiCaprio, em 1996. Justamente com o intuito de abordar o caráter atual do bardo inglês, o Sesc Belenzinho apresenta a mostra Experimento Shakespeare, de 14 de janeiro a 29 de fevereiro.

O projeto exibe três espetáculos que se valem de diferentes recursos para alcançar uma mesma proposta: criar, a partir de peças consagradas de Shakespeare, uma nova obra, autônoma e com os traços do teatro contemporâneo.

Além das encenações, o projeto ainda oferece oficinas, cursos e encontros com diretores – como Antunes Filho – que já criaram no Brasil versões célebres do dramaturgo de Stratford-upon-Avon. “É uma imersão na obra de William Shakespeare. As atividades propõem a aproximação do público com a versatilidade e atualidade de sua dramaturgia”, diz a técnica da programação do Sesc Belenzinho Natália Nolli Sasso.

“Versátil porque serve inúmeras vezes como fonte de inspiração e referência para experimentos cênicos de criadores diversos; atual porque preserva frescor e potência originais cada vez que encenada.” Depois de estrear em 2004 e atingir imensa repercussão no Brasil e no exterior, Ensaio.Hamlet, espetáculo dirigido por Enrique Diaz e encenado pela Cia. dos Atores, é remontado especialmente para o projeto.

Adaptação de Hamlet – famosa pelo solilóquio “ser ou não ser, eis a questão” –, a peça aproxima a trama aos dias de hoje e insere elementos biográficos dos atores à ficção. Uma Lady Macbeth, baseada na tragédia Macbeth, também faz parte da mostra. A encenação tira o foco narrativo do nobre escocês que dá nome à obra e apresenta a história a partir do ponto de vista de sua mulher, lady Macbeth, interpretada pela atriz Heloise Baurich Vidor.

De autoria do norte-americano Joe Calarco, R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida é uma adaptação de Romeu e Julieta e foi sucesso de público e crítica em Nova York e Londres. A obra, escrita em 1997, trata de quatro jovens que estudam em um colégio repressor e decidem encenar a história dos Montecchio e Capuleto em segredo.

Traduzida por Geraldo Carneiro e encenada pelo diretor João Fonseca, a montagem chega ao palco do Belenzinho depois de quatro temporadas bem-sucedidas por diversas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro. “O jogo teatral é muito forte, justamente por ser uma peça dentro da peça”, afirma Fonseca.

Segundo o diretor, R&J mantém 90% do texto original, que se mescla aos diálogos dos estudantes que ensaiam a peça de Shakespeare. Além de o cenário não ser o mesmo da obra de origem, o casal apaixonado é vivido por dois meninos – já que todos os personagens são interpretados por quatro atores.

“A história de amor vai ser sempre de uma profunda identificação com qualquer pessoa. Além disso, Shakespeare discute a intolerância em todos os níveis. Então, os Montecchio e os Capuleto poderiam ser os iraquianos e os americanos de hoje ou, então, os homossexuais e os heterossexuais de hoje em dia”, explica Fonseca. Assim, século após século, a obra do bardo inglês mantém sua maior virtude: a contemporaneidade.

“A história de amor vai ser sempre de uma profunda identificação com qualquer pessoa. Além disso, Shakespeare discute a intolerância em todos os níveis. Então, os Montecchio e os Capuleto poderiam ser os iraquianos e os americanos de hoje ou, então, os homossexuais e os heterossexuais de hoje em dia”


João Fonseca, diretor da peça R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida, em cartaz na mostra Experimento Shakespeare, realizada na unidade Belenzinho


O primeiro  ninguém esquece

O Sesc Pompeia apresentou, nos dias 25 e 26 de janeiro, o show de lançamento do DVD Eduardo Gudin & Notícias Dum Brasil – 3 Tempos (Selo Sesc), o primeiro da carreira do compositor paulista. O registro traz a reunião, no mesmo palco, das três formações musicais do grupo Notícias Dum Brasil, que acompanha Gudin há mais de 15 anos – daí o título do show.

Participaram da apresentação do Sesc os intérpretes Renato Braz, Márcia Lopes, Luís Bastos, Fabiana Cozza, Maria Martha, Luciana Alves, Edson Montenegro, Marilise Rossato e, como convidado especial, o cantor Zé Renato. Para mais informações: www.lojasescsp.org.br.

Vou de bike

De dezembro de 2001 a março de 2005, o arquiteto Argus Caruso Saturnino saiu de Cordisburgo, em Minas Gerais, para correr o mundo de bicicleta. Passou por 28 países e refez as rotas dos Incas, da Companhia das Índias Orientais e da seda.

Ao longo da viagem, além de relatos e experiências, Saturnino acumulou também imagens, captadas por ele mesmo, que compõem a mostra Caminhos – Volta ao Mundo de Bicicleta, em cartaz durante todo o mês de janeiro no Sesc Araraquara. A exposição originou-?-se do livro homônimo – à venda na loja virtual do Sesc (www. lojasescsp.org.br) – e está prevista para permanecer na unidade até o dia 4 de março.

Homenagem  à cultura

O Sesc recebeu em 24 de janeiro, em cerimônia presidida pelo governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, o Prêmio Governador do Estado para a Cultura 2011. A homenagem, criada em 1950, foi retomada em 2010 depois de mais de 20 anos de suspensão e tem por objetivo reconhecer os expoentes nos principais campos da cultura no ano anterior.

O Sesc foi escolhido por voto popular na categoria Instituição Cultural. O diretor regional em exercício Luiz Deoclécio Galina recebeu o troféu desenvolvido especialmente para a ocasião pelo artista Florian Raiss. Conheça todos os finalistas e vencedores em www.premiogovernador.sp.gov.br.

Sucesso na França

O Sesc participou da mostra competitiva da 25ª edição do FIPA – Festival International de Programmes Audiovisuels (Festival Internacional de Programas Audiovisuais), com o programa Instrumental Sesc Brasil dedicado a show do compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal – exibido pelo SescTV.

A instituição concorreu na categoria Performing Arts, com outros 11 selecionados de várias partes do mundo, como Espanha, Alemanha e Reino Unido. O festival francês, que abrange as diversas modalidades de criação audiovisual, ocorreu de 23 a 29 de janeiro.

Esporte, história e  cultura

O enduro a pé, promovido pelo Sesc Carmo, no dia 25 de janeiro, teve como tema Navegando pelo Centro. A prova, realizada por equipes que receberam mapas com um percurso a ser realizado no menor tempo possível, fez parte do Sesc Verão 2012. O objetivo desse tipo de atividade é testar o preparo físico dos participantes, ao mesmo tempo em que demanda raciocínio rápido, autocontrole e conhecimento sobre a história de São Paulo.

Show de  clássicos

De 7 a 29 de janeiro, o Sesc Interlagos promoveu a Retrospectiva de Cinema Brasileiro – Anos 60, com dez títulos considerados pontos de partida da cinematografia nacional. Diversos gêneros, movimentos e momentos do nosso cinema foram representados, como o cinema novo de Glauber Rocha, com Terra em Transe (1967), no dia 7; o terror de José Mojica Marins, com Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967), no dia 21; e a livre adaptação que Joaquim Pedro de Andrade fez do poema Negro Amor de Rendas Brancas, de Carlos Drummond de Andrade, em O Padre e a Moça (1965), exibido no dia 28.

Fora do  circuito

O Cineclube Sesc Bom Retiro trouxe duas produções estrangeiras para o público da unidade dentro do já conhecido modelo de exibições seguidas de debate. No dia 3 de janeiro, o filme foi Stella (Argentina e Espanha, 2008), de Carlos Sorín, sobre uma menina de 11 anos que é apresentada a um novo mundo ao trocar de escola. No dia 10, a fita foi a francesa A Janela (2008), de Sylvie Verheyde, que trata da história de um escritor de 80 anos à espera da visita do filho. 

Mágica itinerante

Nos shows de mágica de Julyano Kampos, cartaz da unidade Belenzinho do dia 8 de janeiro, os truques acontecem bem próximos ao público, que, abordado pelo ilusionista, ajuda nos números emprestando objetos pessoais, como notas, moedas, anéis e relógios. Sob o nome de Esse Mágico é Fogo!, as sessões aconteceram para diferentes grupos e lugares da unidade. A atividade é parte da programação especial Férias Mágicas.

O nosso melhor

O CineSesc realizou, de 2 a 29 de dezembro, a 12ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro, que reuniu 80 longas-metragens lançados entre outubro de 2010 e outubro de 2011, entre ficções e documentários. A mostra já é famosa por ser uma segunda chance para assistir aos sucessos nacionais de bilheteria. Fizeram parte das exibições desta edição as produções Bruna Surfistinha, Elvis e Madona, O Homem do Futuro e Uma Professora Muito Maluquinha.

Falando sozinha

Durante a madrugada, uma cantora aguarda aflita a chegada de seu amor em um quarto de hotel. Só que quando ele chega, em vez de um caloroso reencontro, ocorre silêncio absoluto da parte dele. Esse é o enredo de O Belo Indiferente, peça escrita pelo francês Jean Cocteau para a também francesa Edith Piaf – que chegou a encená-la em 1940 – e que estreou no Sesc Consolação no dia 5 de janeiro em montagem com Helena Ignez e André Guerreiro Lopes no elenco.

Arte no muro

O Sesc Ipiranga garante o espaço da diversidade visual com a exposição de arte mural Robôs ao Sol, na unidade de 3 de janeiro a 29 de fevereiro. O trabalho é do artista MZK e retrata, como o título sugere, as simpáticas máquinas curtindo as tardes de verão. Espertas, elas desenferrujam as pernas – literalmente – aparecendo em desenhos nos quais caminham pela cidade sem medo da chuva ou das altas temperaturas.

Para que serve este botão?

A aventura começa quando o palhaço Alegria ganha um botão mágico capaz de fazer muitos amigos. Assim é “acionada” uma longa e divertida jornada, em que o protagonista conhece diversos personagens que revelam surpresas ao longo do caminho. O espetáculo O Botão Mágico, com o Núcleo Educatho, e apresentado no dia 8 de janeiro, no Sesc Itaquera, é apoiado em técnicas de clown e mímica, com um repertório de músicas infantis.

Coisa de atleta

Como parte das atividades do Sesc Verão 2012, a unidade Osasco promoveu caminhada e corrida com o atleta Vicente Lenílson, no dia 7 de janeiro. Além do exercício, a ocasião serviu também para o corredor, medalha de prata nas Olimpíadas de Sidney, em 2000, e duas vezes medalha de ouro nos Jogos Panamericanos – na República Dominicana, em 2003, e no Rio de Janeiro, em 2007 –, falar um pouco sobre a história do atletismo e dar dicas de como praticar a modalidade com segurança.

Gesto e vivência

O projeto Improviso, realizado pelo Sesc Pinheiros, apresentou, durante o mês de janeiro, o trabalho da Companhia J. Garcia Dança Contemporânea. A proposta da atividade é apresentar mensalmente um coreógrafo e seu grupo de pesquisa para experimentar, junto com o público, improvisações de dança nas mais diversas expressões: popular, brasileira, contemporânea, entre outras.

Casos de bravura

O projeto 4 Faces do Herói, do Sesc Santana, propõe a reunião de história com bravos protagonistas dos quatro cantos do mundo e de quatro contextos e/ou temas diferentes: a mitologia, o cotidiano, a natureza e a paz. No dia 7 de janeiro, Fabio Lisboa e Maiz Panichi narraram os feitos de alguns heróis da natureza. A ideia é inspirar os ouvintes a despertarem o aventureiro que existe em cada um de nós.

Sonhos de verão

Dois amigos atrapalhados se preparam para mais um dia de passeio. Destino: praia. É ao pisarem na areia que a fantasia rola solta: acendem-se as luzes e o espetáculo começa. Assim é Guarda Zool, peça apresentada no Sesc Santo Amaro, no dia 8 de janeiro, pela Cia. Circo de Bonecos, e onde uma cadeira de praia é o motivo para uma divertida disputa – termina em uma guerra de água! A atividade fez parte da mostra de teatro de animação Casa de Bonecos.

Você decide

Atendendo a um público diversificado e dando ao espectador autonomia na escolha das cenas, o Núcleo de Pesquisa Teatral Santa Víscera oferece um cardápio cênico composto por mais de 30 cenas, que variam de 3 a 8 minutos de duração. É essa a proposta de Vendem-se Cenas, conjunto de intervenções que se espalharam pelo Sesc Santo André no dia 7 de janeiro. 

Big show

No melhor estilo big band, a Canal 4 se apresentou, no Sesc Santos, no dia 5 de janeiro, com dez integrantes – entre guitarras, violões, baixo, bateria, percussão e metais. O projeto reuniu, no mesmo show, quatro cantores da nova safra da cena musical santista: Anderson Borges, Conrado Pouza, Marcio Pavesi e Wylmar Santos. No repertório, músicas de Chico Buarque, Itamar Assunção, Wilson Simonal, Pedro Luís, Jorge Drexler e Jackson do Pandeiro – para citar apenas algumas das muitas referências da turma toda.

Dia sem fim

Fazia muito tempo que a noite não era vista porque tinha sido aprisionada por Boiúna, a Cobra Grande, senhora do rio. Um dia, porém, a filha de Boiúna se casou e sentiu falta das estrelas, da Lua e do céu negro. Foi então que revelou a um guerreiro o segredo da mãe e a noite foi finalmente libertada. Quem contou esse belo mito foi o Grupo Redondilha, na narração chamada De Onde Vem a Noite?, parte da programação do projeto Contos, Caras e Cores, do Sesc São Caetano, no dia 7 de janeiro. Como o título da atividade sugere, além da história, os atores também pintaram o rosto dos ouvintes.

Frases

“Há canções que não me sinto preparada técnica e emocionalmente falando para cantar hoje. Outras ainda nem despertei a atenção para elas. É um caminho longo e de descobertas. Não tenho pressa nenhuma”

Fabiana Cozza em entrevista à Revista Época. A intérprete se apresentou, nos dias 7 e 8 de janeiro, no Sesc Bom Retiro.

“Não penso em temas. Faço as músicas separadas. Deixo pra escolher as faixas que vão entrar no CD quando ‘termino’”

Karina Buhr ao jornal Diário Ceará. A cantora e compositora apresentou o show Longe de Onde, no Sesc Ribeirão Preto, no dia 19 de janeiro.